Apaixonada por padre em Além da Ilusão, Olívia seria mula sem cabeça em série

Olívia (Debora Ozório) tentou negar as aparências e disfarçar as evidências, mas acabou confessando a paixão pelo padre Tenório (Jayme Matarazzo) em Além da Ilusão. Se a novela das seis da Globo seguisse os passos das histórias do folclore brasileiro, a operária correria sério risco de se transformar na temida mula sem cabeça. O amor proibido da jovem pelo sacerdote poderia até mesmo virar enredo da segunda temporada de Cidade Invisível, série da Netflix que resgata essas lendas antigas.

No folhetim escrito por Alessandra Poggi, a supervisora da Tecelagem Tropical virou alvo de uma fofoca espalhada por Onofre (Guilherme Silva), que expôs o interesse da mocinha no religioso para toda a vila. Aos prantos, Olívia revelou a Fátima (Patrícia Pinho) que realmente se encantou por Tenório.

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Levando em conta uma das mais conhecidas lendas do folclore, Olívia poderia ser amaldiçoada por desejar o padre. Como punição pelo pecado gravíssimo, a mulher se transforma em uma mula que possui chamas no lugar da cabeça.

Mas, antes de virar a criatura assustadora e aterrorizar os moradores da região, a jovem engatará um romance falso com Davi/Rafael (Rafael Vitti) para despistar os mexeriqueiros de plantão e tentar esquecer o amor proibido.

O sofrimento de Olívia cairia como uma luva no enredo de Cidade Invisível. Na série da gigante do streaming, o policial ambiental Eric (Marco Pigossi) descobre que as histórias folclóricas que ouviu durante a infância são realidade e se vê em um mundo habitado por seres fantásticos.

A primeira temporada da produção trouxe à tona lendas como da Cuca (Alessandra Negrini), Boto-cor-de-rosa (Victor Sparapane), Iara (Jessica Córes), Saci (Wesley Guimarães) e Curupira (Fábio Lago). As histórias que serão contadas na próxima leva de episódios ainda não foram reveladas, mas nada impede que a série aborde um drama semelhante ao de Olívia e Tenório.

História da mula sem cabeça

A lenda nasceu na Península Ibérica e se espalhou por Portugal e Espanha. Com a colonização do Brasil pelos portugueses, a história aterrorizante acabou ganhando espaço no folclore nacional  --além de outros países da América Latina por meio dos espanhóis.

De acordo com o mito, a mulher que tenta seduzir um sacerdote é amaldiçoada e torna-se mula sem cabeça em uma virada de quinta para sexta-feira. Há ainda a versão de que a moça que dormisse com o namorado antes do casamento poderia sofrer com o mesmo feitiço.

A criatura assume uma forma assustadora, com labaredas no lugar da cabeça, fogo na cauda e um relinchar que pode ser confundido com um lamento de dor. Durante a madrugada, a mula sem cabeça ataca todos aqueles que atravessam seu caminho. A pecadora é condenada a ficar nessa condição até o terceiro cantar do galo.

Para acabar com a maldição, alguém deveria arrancar os freios da mula ou furá-la com objeto pontiagudo --a fim de arrancar ao menos uma gota de sangue. O feitiço também poderia ser tirado pelo padre, que deveria amaldiçoá-la sete vezes antes de celebrar as missas.

Conhecida também pelo nome de burrinha de padre, a lenda reforçava os valores morais dos séculos passados e tinha como objetivo desestimular que as mulheres mantivessem relações sexuais antes do casamento ou com padres.

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