ANÁLISE
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
A atriz Camila Queiroz interpreta a injustiçada Marê, mocinha da novela Amor Perfeito, da Globo
Amor Perfeito ligou as turbinas para avançar rápido no drama de Marê (Camila Queiroz), deixando parte do público atordoado com a passagem de oito anos na história. Desde o primeiro capítulo, a novela das seis da Globo imprimiu um ritmo tão intenso que não deu para se apegar às fortes emoções vividas pela protagonista, e, assim, comprar a sua briga.
A necessidade de contextualizar a história pregressa foi misturada à priorização de mostrar logo o embate da mocinha injustiçada com a pilantra Gilda (Mariana Ximenes). No entanto, o que se viu nessa terceira semana de exibição do folhetim não foi assim tão arrebatador.
Entre um momento apoteótico e outro, as viagens pelo imaginário infantil e o espaço dado às cenas cômicas comprovaram um dos pecados cometidos já na "primeira fase". Ao inserir sequências leves e bobas, a força de Amor Perfeito é interrompida de forma abrupta.
No começo do folhetim, os momentos musicais dentro da prisão eram totalmente dispensáveis --alguns faziam Marê parecer uma noviça em vez de uma mulher que perdeu tudo injustamente. Valeu a pena correr tanto? O telespectador torce para que a turbinada não entre em rota de colisão, gerando um efeito platô --quando nada acontece.
Por enquanto, os roteiristas Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. têm várias cartas sendo arrancadas da manga --vide o passado de Gilda na prostituição, com direito a ficha de antecedentes criminais bem recheada. Está prevista também uma rápida reviravolta na qual a madrasta golpista vai arrancar todo o patrimônio da mocinha outra vez.
Já o grande amor de Marê, o filho, vira uma busca que pega atalhos errados. Por isso, Marcelino (Levi Asaf) e a mãe vão continuar juntos e separados: uma fórmula que só serve para uma novela de época. Se fosse hoje em dia, um exame de DNA acabaria com a dúvida.
Ela vai acreditar que o menino é filho de uma trapezista de circo que o abandonou. Na sinopse, as cenas dessa gestante seriam exibidas antes do nascimento de Marcelino/Ângelo, mas na correria apresentada ao público essa parte acabou cortada --resta saber como essa trama vai ser abordada agora.
Amor Perfeito prova que um novelão clássico é sempre bem-vindo, com antagonistas bem maniqueístas e uma mocinha para lá de sofredora. A atualização dos ingredientes principais de um folhetim ganha com a diversidade presente em todos os núcleos.
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