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NOVO SERVIÇO

Como a Disney vai contra-atacar o 'império' da Netflix no streaming?

Divulgação/Lucasfilm

O vilão Darth Vader em cena clássica de O Império Contra-Ataca: Star Wars é uma arma do Disney+ - Divulgação/Lucasfilm

O vilão Darth Vader em cena clássica de O Império Contra-Ataca: Star Wars é uma arma do Disney+

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 15/4/2019 - 6h28

Depois de muita especulação, a Disney confirmou que seu serviço de streaming será lançado em 12 de novembro, mas apenas nos Estados Unidos. No Brasil, a chegada do Disney+ ficou para o fim de 2020. É tempo de espera suficiente para compreender que a nova plataforma será bem diferente da Netflix. A empresa do Mickey armou um contra-ataque inusitado para enfrentar a líder do mercado, que construiu um império online desde 2013.

Ao contrário do que a gigante de Ted Sarandos tem feito, o Disney+ será bem mais cauteloso no investimento em séries novas. Quando o serviço estrear, terá apenas duas séries originais inéditas: uma que aproveita a franquia High School Musical, outra situada no universo de Star Wars, com o título The Mandalorian.

Lançamentos toda semana, como faz a Netflix? Nem pensar. O streaming da Disney apostará em poucas séries novas, que já tenham uma base de fãs estabelecida: estão em desenvolvimento atrações sobre heróis da Marvel e personagens da Pixar.

Assim, enquanto a Netflix planeja gastar US$ 15 bilhões (R$ 58,4 bilhões) em conteúdo neste ano, a Disney deve usar "apenas" US$ 1 bilhão (R$ 3,8 bilhões) de seus cofres em 2020. E grande parte desse valor nem deve envolver a produção de novas séries e filmes --a empresa do Mickey terá que abrir o bolso para comprar de volta os direitos de exibição de suas produções que estavam em outros serviços.

Os filmes da franquia Star Wars, por exemplo, estão entre os principais chamarizes do Disney+. Mas nem todos estarão na plataforma logo de cara: nos EUA, os direitos de transmissão são do grupo Turner (dono dos canais TBS e TNT) até 2024.

Só que Kathleen Kennedy, chefe da Lucasfilm (braço da Disney que cuida da aventura espacial), afirmou que a franquia estará completa no streaming até, no máximo, o ano que vem. Ou seja: a turma do Mickey pagará uma multa alta para romper o acordo com a Turner. No Brasil, os filmes estão disponíveis na Netflix, o que significa mais um rompimento de contrato --e mais gastos para a Disney.

Acervo de ouro

A Disney não está muito preocupada com novas produções porque seu acervo já é de peso: com a aquisição da Fox, que custou US$ 71,3 bilhões (R$ 276,3 bilhões) aos cofres da empresa, ela passou a contar com um catálogo que vale ouro. O Disney+ entrará no ar com as 30 temporadas do desenho Os Simpsons, por exemplo.

No anúncio do serviço, a empresa disse que terá mais de 7.500 episódios de séries e 500 filmes antes de completar o primeiro ano de funcionamento. A Netflix nos Estados Unidos conta com 4.131 longas e 1.823 séries.

A Disney, aliás, tem sido cautelosa ao bater de frente com a gigante do streaming. Christine McCarthy, diretora-executiva do Disney+, alegou que a previsão é que o serviço tenha entre 60 e 90 milhões de assinantes até 2024, quando completará cinco anos. No mesmo período de existência, a Netflix acumulou 128 milhões.

Os preços do Disney+ também são mais em conta: a assinatura mensal sairá por US$ 6,99 (R$ 27), com desconto para quem fechar um pacote anual. O pacote básico da Netflix custa US$ 8,99 (R$ 34,80). Com isso, a empresa do Mickey largará no prejuízo: Christine adiantou que o serviço só deve sair do vermelho em 2023.

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