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FIM DA LINHA?

Fusão da Disney com a Fox coloca em risco sobrevivência de Os Simpsons

Divulgação/Fox

Maggie, Homer, Lisa, Marge e Bart em cena de Os Simpsons: animação está com os dias contados - Divulgação/Fox

Maggie, Homer, Lisa, Marge e Bart em cena de Os Simpsons: animação está com os dias contados

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 22/1/2019 - 15h53

Série de ficção mais duradoura da TV americana, a animação Os Simpsons pode estar com os dias contados. A fusão da Disney com a Fox ameaça a sobrevivência da família amarela, que atualmente exibe sua 30ª temporada. Segundo a revista Variety, o desenho não deve passar da 32ª temporada, o que o manteria no ar até 2021.

O principal obstáculo para que Os Simpsons tenha uma vida (ainda mais) longa é que, atualmente, a rede Fox está perdendo dinheiro com o desenho. Ela paga caro por cada episódio e não recupera esse valor com propagandas. Porém, como a animação é produzida pelo estúdio 20th Century Fox, o prejuízo da TV é recompensado com a venda de DVDs e os direitos de reprise em outros canais.

Tudo isso mudará quando a Disney oficializar a aquisição de parte do conglomerado do empresário Rupert Murdoch. O estúdio 20th Century Fox passará para a empresa do Mickey Mouse, mas a rede Fox continuará com os antigos donos. Assim, não será mais interessante para a emissora jogar dinheiro fora sem nenhum retorno.

A Variety informa que a Fox e a 20th Century Fox estão próximas de acertar um acordo para a produção da 31ª e da 32ª temporada, no qual a rede pagaria um valor menor por cada episódio do que aquele investido no contrato atual. A diminuição na quantia já indica uma mudança significativa nas finanças da animação.

Mas o problema é que, quanto mais tempo uma série fica no ar, mais cara ela se torna, pois acordos com elenco e equipe precisam ser renegociados. Atualmente, cada um dos seis dubladores principais da série recebe US$ 300 mil (R$ 1,1 milhão) por episódio. É um valor dez vezes maior do que eles ganhavam no primeiro ano.

Em 2017, a animação precisou abrir mão do compositor Alf Clausen, que fazia as músicas de Os Simpsons desde 1990, por motivos financeiros. Em seu lugar, foram contratados dois nomes mais baratos: Hans Zimmer (ganhador do Oscar por O Rei Leão) e Russel Emanuel, que trabalham sob a produção de Steve Kofsky.

Outro obstáculo para a sobrevivência de Os Simpsons é que os acordos de reprise da série para emissoras afiliadas, TV a cabo e plataformas de streaming são válidos enquanto a animação estiver produzindo novos episódios --e pelos mesmos valores com que foram fechados no passado. Ou seja, cancelar a série daria para a Disney a oportunidade de renegociar um produto disputado a tapa por novos distribuidores.

Em 2013, por exemplo, a 20th Century Fox fechou com o canal pago FX um acordo de US$ 750 milhões (R$ 2,8 bilhões) pelos direitos de exibição da animação na TV paga. Especialistas ouvidos pela Variety apontam que esse valor seria trocado perto do que a empresa do Mickey poderia ganhar em novos contratos.

Dinheiro sempre fala mais alto, especialmente para a Disney, que precisará de muitos reforços no cofrinho para fazer valer o investimento de US$ 71,3 bilhões (R$ 269,6 bilhões) na aquisição de boa parte da Fox. A morte da família amarela seria apenas um dano colateral na busca por um saldo positivo.

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