Ai, meu bolso!
Divulgação/NBC
Lisa Kudrow, Courteney Cox e Matthew Perry em Friends, comédia que estará no streaming da Warner
JOÃO DA PAZ
Publicado em 4/1/2019 - 5h18
No ano passado, quem assinava Netflix, Amazon, Globoplay, Fox Play e HBO Go gastou pelo menos R$ 130 por mês para acessar os streamings. O bolso vai doer mais em 2019, com a chegada de Warner, Disney e Apple, porque o trio virá com um catálogo de produções e novas atrações que darão o que falar. Essas plataformas vão se tornar imprescindíveis ao fã de séries, que terá de desembolsar pelo menos R$ 200 para ter todas elas.
As gigantes de Hollywood (Warner e Disney), juntamente com a fabricante de celular (Apple), não querem ficar de fora da moda. A Netflix mudou os hábitos do público, que agora pode ver séries quando bem entender ou acompanhar vários episódios de uma temporada em uma sentada só. Esse novo modelo foi copiado por muitas empresas de comunicação ao redor do mundo, como a Globo no Brasil.
Tanto a Warner quanto a Disney se atentaram para um detalhe. O telespectador que invade a Netflix e devora tudo o que está disponível na plataforma consome, em sua maioria, atrações feitas por terceiros. Por exemplo: empresas que mensuram o tráfego na Netflix apontam que Friends (da Warner) e Grey's Anatomy (da ABC Studios, controlada pela Disney) estão entre as séries mais assistidas. Logo, porque não criar uma plataforma própria e lucrar com isso diretamente?
A Warner deixou bem claro que não vai abrir mão de suas criações. Até continuará vendendo seus produtos a quem estiver interessado, mas receberá muito por isso. No fim de 2018, a Netflix acertou um contrato de US$ 100 milhões (R$ 387 milhões) para ter o direito de exibir Friends com exclusividade por mais um ano. Depois disso, a gigante terá de se contentar em dividir a comédia com o streaming da Warner, caso queira continuar disponibilizando-a para os seus assinantes.
Fato é que o serviço da Warner será grandioso, de amedrontar qualquer rival. Em um primeiro momento, a nova plataforma irá se dedicar a filmes, disponibilizando nada menos do que cem anos de produções dos estúdios Warner Bros., com películas que vão da franquia Harry Potter a Senhor dos Anéis, passando por clássicos do nível de Casablanca (1942) e 2001 - Uma Odisseia no Espaço (1968).
O conteúdo de séries também não é nada tímido, com atrações da HBO e dos canais da Turner (TNT, TBS). As atrações feitas pelos estúdios de televisão da Warner ainda continuarão a ser comercializadas no mercado, porém terão uma plataforma para chamar de sua. Em seu portfólio de showrunners, a Warner tem gente gabaritada, como Chuck Lorre (The Big Bang Theory) e Greg Berlanti (Flash).
Mickey Mouse entrou no grupo
A Disney também vem com um caminhão de conteúdo. Além de filmes e séries voltados ao público infantojuvenil, o serviço terá a sua disposição todo o plantel de longas dos estúdios de cinema e televisão da Fox.
O diferencial da Disney é que ela terá conteúdo original, produções exclusivas para o seu streaming, chamado de Disney+. Até o momento, a empresa dona do Mickey Mouse encomendou oito séries, duas ambientadas no universo de Star Wars --uma delas custará US$ 10 milhões (R$ 38 milhões) por episódio.
Sem tanta bagagem em Hollywood, a Apple investirá na produção de séries de alto calibre para pegar uma fatia do público. Serão gastos cerca de US$ 1 bilhão (R$ 4,26 bilhões) na primeira leva de séries. É muito dinheiro? Depende do ponto de vista. O banco Morgan Stanley prevê que o streaming da Apple, dentro de seis anos, irá gerar um lucro de US$ 4,4 bilhões (R$ 8,27 bilhões) para a fabricante de celular.
A aposta neste retorno multiplicado por quatro ocorre porque a Apple se aliou a nomes conhecidos da indústria de entretenimento americano para tocar suas séries. Estão no time J.J. Abrams (Lost), Steven Spielberg (A Lista de Schindler), Oprah Winfrey (Queen Sugar), Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações) e M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido), entre outros.
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