CRÍTICA
Divulgação/Sony Pictures
Jared Leto em cena de Morbius; filme do vilão do Homem-Aranha estreia nesta quinta-feira (31)
Depois de sofrer com seguidos adiamentos por causa da pandemia de Covid-19, Morbius finalmente chega aos cinemas nesta quinta-feira (31) para marcar a estreia de Jared Leto no Universo Marvel. No entanto, assim como os dois filmes de Venom, o novo longa pouco faz para agradar os fãs de super-heróis.
Nos quadrinhos, Morbius foi apresentado inicialmente como integrante da galeria de vilões do Homem-Aranha. Com o passar dos anos e um aumento de popularidade, o personagem foi ganhando status de anti-herói e perdendo um pouco dos traços vilanescos de seu caráter.
Foi com essa ideia que a Sony selecionou Morbius para dar o segundo passo na construção do seu universo de vilões do Homem-Aranha após o sucesso com os filmes do Venom estrelados por Tom Hardy. Apesar das críticas da imprensa especializada, os longas tiveram ótimas bilheterias e pavimentaram o caminho para novas sequências.
A cereja do bolo para o estúdio foi a recente conexão entre os dois universos criada em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021). O terceiro longa estrelado por Tom Holland uniu não apenas outras versões do herói, como também trouxe de volta os vilões que marcaram a trajetória do personagem no cinema. De quebra, ainda sobrou espaço para Tom Hardy fazer uma pequena participação e confirmar sua existência no multiverso.
Com essa brecha, a Sony aumentou as expectativas para Morbius. Na trama, Jared Leto vive Michael Morbius, médico gênio que dedicou sua carreira para encontrar a cura de uma grave doença que afeta seu DNA e o atormenta desde a juventude.
DIVULGAÇÃO/SONY PICTURES
Matt Smith em Morbius
Com sua pesquisa financiada pelo amigo de infância Milo (Matt Smith), que também sofre da mesma doença, Morbius viaja até os confins da Costa Rica para buscar o que pode ser a sua última alternativa: saliva de morcego. A esperança é que a combinação dessa saliva com o DNA humano possa resultar na regeneração das células e na criação de uma cura aparentemente impossível.
Após capturar algumas espécies e coletar a saliva, o médico realiza dezenas de testes até conseguir o resultado esperado. Prestes a alcançar seu objetivo, Morbius aplica o soro da cura em seu próprio sangue. A combinação, no entanto, causa um efeito inesperado e transforma o protagonista em uma criatura quase sobrenatural --um humano com habilidades de morcego.
O efeito do soro dá a Morbius força e agilidade sobre-humanas, além da habilidade de ecolocalização, espécie de sensor utilizado por morcegos para encontrar presas. Junto com tantas características positivas, porém, veio uma sede de sangue quase implacável, o que torna o médico extremamente perigoso para outras pessoas.
Depois de um primeiro ato consistente, é a partir do surgimento do "novo" Morbius que o filme começa a se perder. A eficiente criação do personagem dá lugar a furos de roteiro incompreensíveis, quase nunca ofuscados por algumas boas sequências de ação.
Dirigido por Dan Espinosa (Vida), o longa faz um péssimo trabalho na construção de seus personagens. Da inexistente química do par romântico formado por Jared Leto e Adria Arjona à importância subaproveitada do vencedor do Emmy Jared Harris, Morbius falha quando precisa fazer com que a audiência se importe minimamente com os principais pilares de sua história.
Assim como Venom, Morbius é um filme de super-herói que estreia em 2022 com a assinatura dos anos 1990. Fosse em décadas passadas, talvez o vampiro de Leto funcionasse como uma aventura solo, sem as amarras de um universo compartilhado de sucesso e já muito bem estabelecido. Com mais dois filmes do seu próprio multiverso em desenvolvimento, a Sony ainda precisa percorrer um longo e árduo caminho se quiser competir com a Marvel.
Assista ao trailer legendado de Morbius:
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