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'y a mucha honra'

Com Maria do Bairro e Chapolin, Besouro Azul prova que brasileiro também é latino

Divulgação/Warner Bros. e Televisa

Montagem com fotos de Xolo Maridueña como Besouro Azul e Roberto Gómez Bolaños como o Chapolin Colorado

Primeiro herói latino da DC no cinema, Besouro Azul faz homenagem ao Chapolin Colorado

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 22/8/2023 - 6h20

Carta de amor do diretor Ángel Manuel Soto aos latinos, o filmeBesouro Azul reserva algumas surpresas para o público brasileiro --já agraciado com a presença de Bruna Marquezine como protagonista feminina. Referências diretas à novela Maria do Bairro (1995) e ao Chapolin Colorado arrancam risos dos espectadores e nos conecta aos nossos hermanos de América Latina, mesmo que brevemente.

Os brasileiros, afinal, vivem uma situação curiosa entre os latinos. Por sermos os únicos que têm o português como língua oficial, nós naturalmente temos uma sensação de desconexão com os outros países da região. Isso se estende à cultura: quantos cantores peruanos ou bolivianos estão na sua playlist do Spotify? Quais produções chilenas ou argentinas você já acompanhou na Netflix?

Besouro Azul recheia suas duas horas e sete minutos de latinidade, desde a relação de Jaime Reyes (Xolo Maridueña) com sua família à trilha sonora, que tem o fenômeno Bidi Bidi Bom Bom, da cantora Selena (1971-1995), e versões em espanhol dos clássicos Blame It on the Boogie e Be My Baby.

Algumas dessas citações podem passar batidas pelo público brasileiro, mas é impossível ignorar a família Reyes cantando "Y a mucha honra, María la del Barrio soy", tal qual Thalia fazia na novela mexicana que marcou época no SBT. Ou não ser pego de surpresa quando o tio Rudy (George Lopez) revela que uma de suas invenções se chama Chapolin Colorado.

[Atenção: este texto contém spoilers de Besouro Azul]

A referência a Maria do Bairro ocorre porque Jaime é um rapaz de família pobre que começa a trabalhar na casa da milionária família Ford e se encanta por Jenny (Bruna Marquezine). É a deixa para que os Reyes brinquem que a vida deles é uma versão invertida da novela --em que a personagem de Thalia era uma jovem humilde que se apaixonava pelo ricaço Luis Fernando (Fernando Colunga). O folhetim, aliás, também aparece no filme, em uma cena na qual a vovó (Adriana Barraza) assiste ao dramalhão em seu televisor.

Já o herói atrapalhado vivido por Roberto Gómez Bolaños (1929-2014) ganha destaque na sequência em que Jenny e Jaime precisam invadir o prédio da Ford para roubar uma chave importante. Sem saber como driblar as câmeras de segurança, eles não contavam com a astúcia de Rudy, que afirma ter exatamente a solução para o problema: um bloqueador de sinal que ele apelidou de Chapolin Colorado!

Mais do que o nome do polegar vermelho, a invenção do tio do protagonista também substitui as imagens de vigilância pela abertura em stop-motion da série criada e estrelada por Chespirito, deixando os seguranças extremamente confusos --obviamente, o personagem não é tão popular entre o público norte-americano, exceto dentro das próprias comunidades latinas.

O Chapolin, aliás, também é responsável pela segunda cena pós-créditos de Besouro Azul. Depois de exibir o nome de todos os profissionais que trabalharam no filme, o longa dá lugar para mais cenas do vermelhinho em stop-motion --a série não pode ser exibida por causa da guerra entre Televisa e o Grupo Chespirito, que tirou o programa do ar no mundo todo em 2020.

O filho de Bolaños, Roberto Gómez Fernández, inclusive aparece entre os nomes citados nos agradecimentos especiais de Besouro Azul. Vale lembrar que o filme é uma produção da Warner Bros., que também está por trás de Sem Querer, Querendo, uma série biográfica sobre Chespirito. A atração será exibida pela HBO Max, mas ainda não tem previsão de estreia.


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