Perdida: Filme usa viagem no tempo para dar lição sobre amor na geração Tinder

Baseado no livro homônimo de Carina Rissi, Perdida chega oficialmente aos cinemas na quinta-feira (13) --apesar de já estar em cartaz como pré-estreia em algumas salas. O filme tem tudo para conquistar fãs de romances à la Jane Austen (1775-1817) e fazer o público suspirar com a história de amor inusitada entre Sofia (Giovanna Grigio), uma jovem antenada que vive nos dias de hoje, e Ian Clarke (Bruno Montaleone), um rapaz nascido no século 19.

Já no início, o longa mostra que a editora de livros não tem muita sorte no amor --ainda mais por sonhar em viver uma história nos moldes daquela contada em Orgulho e Preconceito (1813), seu romance preferido e que tem bastante importância na trama como um todo.

Há ainda uma sutil crítica à geração Tinder, que se contenta com relações superficiais e muitas vezes baseadas na aparência. Sofia fica visivelmente incomodada ao observar no ônibus um homem dar likes em várias mulheres no aplicativo sem nem mesmo ler as descrições de cada uma.

CRÍTICA

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A mocinha também tem um embate importante com um colega de trabalho. Após levar um fora da jovem, o editor se vinga e recusa o projeto de Sofia de relançar Orgulho e Preconceito numa edição comemorativa. O machistinha ainda faz questão de dizer que a obra não faria sucesso atualmente; afinal, acredita que as mulheres não querem mais compromisso.

Desolada, a protagonista realmente duvida do amor e piora depois de brigar com a melhor amiga. Ela acaba consolada por uma taxista misteriosa, sua "safada madrinha" Abigail (Luciana Paes), e vê a vida mudar completamente ao viajar no tempo inesperadamente.

Ou seja: para conseguir viver uma história de amor para valer, Sofia precisa ser transportada para 1830 --bem longe dos aplicativos de paquera. Totalmente sem rumo, a editora toma um susto ao perceber sua situação e passa a contar com a bondade de Ian para abrigá-la enquanto tenta encontrar uma maneira de voltar para 2023.

O filme traz uma pitada de humor ao evidenciar o choque de costumes entre Sofia e a sociedade do século 19, que fica escandalizada com os modos incomuns e gírias da forasteira. Em contrapartida, Ian se encanta justamente pela diferença entre a protagonista e as outras garotas de sua época.

A química entre Giovanna Grigio e Bruno Montaleone é um dos pontos fortes do longa, assim como o visível cuidado de todo o elenco em manter a essência dos personagens tal qual narrados no livro. Bia Arantes, por exemplo, consegue fazer uma Teodora ainda mais desprezível. Apagada em Travessia (2022), Nathália Falcão mostra todo seu talento por meio da doce Elisa Clarke. E Emira Sophia adiciona uma dose de atitude em Valentina.

A adaptação ainda se atentou para não cometer um erro do livro e apostou na diversidade dos atores. Há alguns anos, Carina Rissi recebeu críticas por não incluir pessoas escravizadas na obra e por supostamente ter "apagado" esse período e personagens negros na história.

O filme traz ainda no elenco Diego Montez, Sergio Malheiros, Lucinha Lins, Hélio de La Peña, Amanda Mendes, Clara Choveaux, Lourisinha Fernandes, Mohana Uchôa, Rafael Coimbra, Thiago Justino e Thierry Tremouroux. Perdida é uma produção da Filmland Internacional, com coprodução da Star Original Productions e distribuição da Star Distribution.

Já a saga literária é composta por seis volumes: Perdida, Encontrada, Destinado, Prometida, Desencantada e Indomada. Os livros venderam mais de 700 mil cópias somente no Brasil.

Assista ao trailer do filme: