JOANA DE VERONA
REPRODUÇÃO/IMOVISION
Joana de Verona teve aulas de apneia para atuar em Tinnitus, filme de drama brasileiro
Nascida no Maranhão, Joana de Verona divide sua carreira entre a Europa e a América do Sul, mas é estrela de primeira grandeza em Portugal. A atriz retornou ao Brasil para protagonizar Tinnitus. O filme, que chegou na última quinta (22) nos cinemas, acompanha a trajetória de Marina, uma ex-atleta de saltos ornamentais que interrompe a carreira de sucesso após descobrir um problema auditivo que causa um zumbido intenso no ouvido. Frustrada, a personagem começa a se apresentar como sereia em um aquário.
Durante o período de imersão no filme, Joana se dedicou a treinos pesados para aprender técnicas de mergulho. "A gente tinha que colocar cinco quilos na cintura para afundar e depois aplicar a técnica do curso de apneia para ficar um tempo embaixo da água e repetir as tomadas sem respirar. Com a cauda, seu corpo ganha outra dimensão, então aprendi um nado de ondulação específico", descreve, em entrevista ao Notícias da TV.
A atriz também entrou em contato com equipes de salto ornamental para compreender as nuances do esporte. Além da preparação relacionada à postura corporal e ao modo de caminhada na plataforma, Joana precisou desenvolver uma forte sincronia de movimentos com os atletas com quem contracenou. "Todas as cenas de saltos são dublês porque, se eu saltasse de uma plataforma de dez metros, não poderíamos continuar o filme", brinca.
O longa-metragem é iniciado com a apresentação de Marina e Luisa (Indira Nascimento) em uma competição no Rio de Janeiro. A protagonista é atacada por uma crise de zumbido e sofre um acidente ao saltar com a parceira. Após o episódio, ela abandona o esporte sem explicar a condição para sua dupla, que passa a nutrir um rancor pela ex-atleta.
A produção explora a toxidade do mundo esportivo. Durante as gravações, Joana conversou com a atleta paraolímpica Jéssica Massali, que também participa do filme. "No atletismo é muito normal existir pragmatismo, obsessão e competição", relata a atriz.
"Eu entendi que você pode ser melhor amiga na vida, mas que, em competição, tudo o que a pessoa quer é vencer o adversário. No caso da Luisa e da Marina, existe um erro de entendimento, uma falta de comunicação. Marina nunca comunicou de forma clara para sua parceira de saltos e amiga que tem tinnitus, então Luisa não compreende porque foi abandonada", avalia.
Mesmo com as tentativas de fugir das lembranças do acidente, Marina se sente frustrada pelo fim da carreira esportiva. A jovem se casa com Antônio (André Guerreiro Lopes), médico responsável pelo tratamento de suas crises auditivas. No entanto, à medida que a protagonista reivindica as próprias vontades, a relação começa a desmoronar.
Antônio trata o cônjuge como um rato de laboratório. Descrita como uma "paciente modelo", Marina chega a ser exposta aos colegas de trabalho do doutor. "Ele não escuta os desejos dela. Ele acha que pode controlá-la com os remédios, a dosagem. Ele não entende que ela não consegue viver fora do esporte, que ela não quer ser mãe agora."
"Essa relação prova que ela não está feliz sendo sereia de aquário, não está feliz longe da plataforma, não está feliz com o marido. Como se Marina fosse um bicho, ele controla suas dosagens e desejos", complementa Joana.
Joana nasceu em São Luís, capital do Maranhão. Filha de pais portugueses, a atriz viveu em transição pelos dois países. Apesar de grande parte de seus projetos terem sido gravados na nação europeia, a artista tem experiência com a indústria audiovisual brasileira --seja em novelas, como Éramos Seis (2019), ou séries, como Santos Dumont (2019).
"Tenho tido muita sorte e um grande privilégio de trabalhar com pessoas muito talentosas e exigentes em projetos em que eu acabo sempre aprendendo", celebra ela, que compara: "É diferente a estrutura. Como o Brasil é um país maior, as equipes são maiores. Muitas vezes, o desenho financeiro também é outro, porque são projetos para a escala do país. Portugal é igualmente interessante e exigente, mas é um país menor, e as equipes são menores."
A artista também pontua questões culturais que se diferem nos sets. "Isso não tem a ver com falta de profissionalismo, ambos os países trabalham muito bem. Em Portugal, eles são mais sérios, o foco no trabalho cria uma seriedade. No Brasil, você pode estar focado no trabalho... Depende do que é o Brasil, porque o Brasil é muito grande. Mas aqui existe uma descontração."
Tinnitus está disponível nos cinemas. Assista ao trailer:
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