JORNALISMO
Reprodução/TV Globo
O jornalista César Galvão em entrada ao vivo no Jornal Hoje desta quinta-feira (13): reforço policial
Em reunião de emergência na tarde da quarta-feira (12), após ver o Jornal Hoje sofrer a segunda derrota consecutiva para a Record, a Globo decidiu reforçar a cobertura de assuntos policiais no telejornal vespertino. Os repórteres César Galvão e Bruno Tavares e o produtor Robinson Cerântula foram escalados para produzir material exclusivo para o Hoje, principalmente sobre a acusação de estupro contra Neymar Jr. e sobre o assassinato do ator Rafael Miguel, de Chiquititas (2013).
Em ambas as coberturas, a Globo tem ido muito mal, não apenas no JH, mas em todos os telejornais. Neymar da Silva Santos, pai de Neymar, e Najila Trindade, que acusa o jogador de violência sexual, se recusam a dar entrevistas para a Globo, que tem tomado furos quase diariamente da Record, do SBT e da Band.
Galvão entrou ao vivo no Jornal Hoje desta quinta-feira (13), em uma reportagem sobre as buscas da polícia a Paulo Cupertino Matias, acusado de ter atirado em Rafael e seus pais no último domingo.
O sinal vermelho acendeu no Jornalismo de São Paulo nesta semana. Como o Notícias da TV publicou em primeira mão, uma reunião foi convocada às pressas, assim que o Jornal Hoje acabou na quarta, para tentar debelar o princípio de crise no telejornal. A solução encontrada para enfrentar a Record no Ibope foi reforçar a cobertura policial, ponto forte da concorrente.
Na quarta, o Jornal Hoje perdeu para o Balanço Geral SP por 12,5 pontos a 10,0 no Ibope da Grande São Paulo, uma diferença considerada "assustadora" nos bastidores da Globo. Na terça, o telejornal já tinha perdido por 11,6 a 9,9 pontos. Na segunda, venceu por apenas um décimo.
Além do JH, a Globo está sofrendo com o Globo Esporte. Escalado para substituir Ivan Moré, a quem se creditava eventuais derrotas para a Record, Felipe Andreoli viu o esportivo ficar atrás no Ibope pela primeira vez desde que o assumiu, em 1º de junho. Na quarta, o GE-SP perdeu para o Balanço Geral por 10,9 a 9,2.
O temor na Globo é que o Hoje se transforme em novo Vídeo Show, ou seja, um "freguês da Record". O programa de entretenimento saiu do ar em janeiro, após 35 anos, mas a Globo, com filmes, continua perdendo para a Record, com fofocas.
César Galvão, Bruno Tavares e Robinson Cerântula são repórteres especializados em polícia. Eles produzem para todos os telejornais, com prioridade para o Jornal Nacional. Desde ontem (12), o Hoje passou a ser prioridade também. Essa condição é emergencial. Irá durar até os casos Neymar e Rafael Miguel se esgotarem e/ou até que o Jornal Hoje reaja.
Os três jornalistas se juntam a outros dois repórteres que já estão cobrindo as duas histórias policiais para o JH, em esquema de rodízio.
Além da crise no Hoje, a reunião de emergência da quarta-feira tratou do planejamento da cobertura da provável greve dos transportes públicos em São Paulo nesta sexta-feira (14). O gerente de Engenharia também participou do encontro, para viabilizar a gravação de um piloto ainda na quarta à tarde.
A Globo, por meio de seu departamento de Comunicação, negou que tenha ocorrido uma reunião de emergência. Segundo a emissora, o encontro incluiu todos os telejornais e tratou do planejamento da cobertura da possível greve de sexta-feira (14). "O piloto foi gravado para uma proposta de pequenas mudanças no mapa-tempo", disse em nota.
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