Irmão de Jesus em novela foge de polêmica religiosa sobre filhos de Maria

Em seu primeiro trabalho na Record, Gil Coelho se viu no olho do furacão. Em Jesus, ele interpreta Tiago Justo, um dos seis irmãos de Cristo. Os personagens viraram motivo de polêmica entre católicos, que rejeitam o fato de Maria não seguir a imagem da Virgem Imaculada pregada pela igreja. O ator de 31 anos prefere fugir da controvérsia.

"Meu compromisso é com o texto, com os capítulos que recebo. Sobre as polêmicas religiosas fora da novela, eu sinto que não tenho nem maturidade para opinar", desconversa, em entrevista ao Notícias da TV.

O boicote à novela promovido por católicos, que não aceitam ver Maria (Cláudia Mauro) como uma mulher impura, não virou assunto nos estúdios de Jesus. "Nós chegamos para gravar e fazemos nosso trabalho da melhor forma possível. Não dá para ficar preocupado com o que acontece do outro lado", explica. 

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O ator prefere valorizar os desafios que encontra como Tiago, seu primeiro papel em uma novela de época. "O linguajar é diferente, o jeito de andar também. Não tinha tanta agilidade, era outro ritmo. Como ator, essa novela está me enriquecendo muito", conta ele, que viajou ao Marrocos para as primeiras gravações.

Para interpretar Tiago Justo, um personagem que existe de fato na Bíblia (embora não seja irmão de Jesus), Gil Coelho mergulhou na fé. "Eu sou um cara religioso, embora não tenha nenhuma religião específica que frequente. Faço as minhas rezas sempre", define ele, que ganhou uma Bíblia da irmã para se preparar para o papel.

Versatilidade na TV
A imersão bíblica é o passo mais recente na jornada de Coelho para mostrar sua versatilidade na televisão. Desde que chamou a atenção na pele de Guido, na temporada 2011 de Malhação, ele tem interpretado personagens bem diferentes. 

Gil Coelho com Rainer Cadete em foto promocional da série (Des)Encontros, do Canal Sony: casal gay

Em 2017, por exemplo, flertou com o humor no seriado A Vila, do Multishow, e neste ano estrelou um episódio da série (Des)Encontros, do Canal Sony. Na produção nacional, ele e o amigo Rainer Cadete formavam um casal gay.

"É engraçado porque a gente trabalhou na série de janeiro a março, e em abril eu já estava na novela. Então, fui de um extremo ao outro em pouquíssimo tempo. Mas ser ator é isso mesmo, precisamos buscar desafios para estarmos sempre evoluindo", filosofa.

Dar vida a um homossexual não foi complicado para o ator _que já tinha interpretado um gay em A Lei do Amor (2016). "O mais difícil mesmo foi aprender a tocar bateria. De resto, sem problemas, era uma história de amor como outra qualquer", resume.