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Gugu Liberato (1959-2019): apresentador de sucessos da TV tem memória vasculhada na Justiça
O caso envolvendo o testamento de Gugu Liberato (1959-2019) explodiu ao longo de quase duas semanas. Desde a validação do documento em que o apresentador distribuiu sua herança, novos desdobramentos colocaram em jogo o próprio legado deixado por ele: um suposto filho, vazamentos de provas que estão em segredo de Justiça, revelação de laudos médicos, troca de farpas entre advogados --e está longe de acabar.
Em 20 de junho, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) validou o testamento de Gugu. Judicialmente, isso significa que a vontade do comunicador, descrita no texto assinado em 2011, seria aceita. Ele deixou 75% de seus bens para os três filhos, Sofia, Maria e João Augusto Liberato, e outros 25% para cinco sobrinhos.
A decisão, no entanto, foi contestada por Rose Miriam Di Matteo e as gêmeas Marina e Sofia. A médica ficou fora do testamento, mas quer provar que tinha uma união estável com Gugu. João Augusto não concorda com a mãe e, assim como a tia Aparecida Liberato quer que a vontade do pai seja respeitada.
A divisão da herança de cerca de R$ 1 bilhão sofreu uma reviravolta com o surgimento de Ricardo Rocha, homem que alega ser filho de Gugu. O empresário de carros de luxo disse que o apresentador engravidou sua mãe, Otacília Gomes, em 1974. O suposto casal teria se conhecido em uma padaria no bairro da Lapa, em São Paulo. Depois de descobrir a gravidez, a mulher nunca mais encontrou Gugu.
Rocha cresceu sem saber quem era o verdadeiro pai. Segundo ele, Otacília fez a revelação aos seus dez anos de idade. Tomado pela vergonha e pelo medo, o empresário nunca teve coragem de procurar Gugu enquanto ele estava vivo --essa versão foi desmentida pelo cantor Rafael Ilha, que afirmou ter visto Rocha na porta de estúdios e da agência do apresentador nos anos 1980, a Promoart.
Ainda não há data nem decreto para que o exame de DNA seja feito. Sofia e Marina não se opuseram à queixa do homem e disseram que estão dispostas a fornecerem seu material genético para a realização do teste de paternidade. A Justiça não informou se será necessária a exumação do corpo de Gugu Liberato.
Em meio à disputa pela herança, documentos que estão anexados à ação judicial foram divulgados na internet. Entre as provas estão uma carta em que Rose Miriam desabafa por ter sido traída por Gugu e descreve que faria "oração e jejum" para curar a homossexualidade dele. Um laudo médico também atestou que ela sofre de depressão desde que descobriu a infidelidade.
Duas testemunhas, supostos ex-funcionários de Gugu, disseram à Justiça que o apresentador agia por debaixo dos panos para satisfazer desejos sexuais com homens e mulheres, e também usava drogas em festas privadas. Foram essas escapadas que teriam ocasionado uma briga entre ele e Rose em 2011, período em que Gugu assinou o testamento.
O relacionamento de Gugu e Rose teve a intimidade exposta. A versão dos depoentes diz que eles nunca tiveram uma relação de marido e mulher: dormiam em quartos separados e não havia contato sexual.
O STJ suspendeu na quinta (29) a ação movida por Rose em que ela tentava comprovar uma união estável com Gugu. A decisão aconteceu após um pedido de Thiago Salvático, que expôs ter tido uma relação de nove anos com o apresentador. Os advogados de Rose vão apresentar recurso para revogar a essa decisão.
A ministra Nancy Andrighi explicou que a suspensão se deu por conta da demora no parecer sobre a união de Rose, que já passou por audiências e envolveu muitas testemunhas. Nancy decidiu colocar de lado a ação para dar espaço às investigações do outro suposto companheiro. Salvático tentou comprovar o relacionamento no início do ano, mas o processo foi extinto.
Os advogados Dilermando Cigagna Junior e Carlos Regina, representantes de Aparecida e João Augusto Liberato na Justiça, vão processar jornalistas e veículos que tentarem atentar contra a memória e a imagem de Gugu Liberato com vazamentos de documentos sigilosos:
A origem da exposição desnecessária e ilícita dos atos e provas processuais será apurada na esfera criminal. Aqueles que rompem com o segredo de justiça, com a discrição, serão penalizados.
Em nota enviada ao Notícias da TV, eles disseram que há suspeitas de que Nelson Wilians, advogado de Rose e das gêmeas, seja o responsável pelas disseminações.
Wilians chamou as acusações de "irônicas e inegáveis". O especialista apontou que as notícias vazadas depõem contra as clientes dele, e não a favor. "É realmente hilário como alguns, desesperadamente, tentam manchar minha reputação profissional, querendo me tornar tão incompetente a ponto de cometer um erro tão grosseiro. Resta-me apenas rir", declarou.
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