A FAZENDA 10
REPRODUÇÃO/RECORD
Nadja Pessoa, Ana Paula Renault e Evandro Santo em A Fazenda, em 2018; inimigos há dois anos
gabriel.perline@noticiasdatv.com
Publicado em 5/8/2020 - 7h15
Atualizado em 5/8/2020 - 19h12
A curta participação de Ana Paula Renault na décima temporada de A Fazenda, em 2018, virou caso de Justiça. A apresentadora do Triturando, do SBT, pede uma indenização de R$ 200 mil a Nadja Pessoa e a Evandro Santo, seus rivais no reality show da Record, por ter sido apelidada de Annabelle, boneca amaldiçoada que protagoniza o filme de terror homônimo, lançado em 2014. O Notícias da TV teve acesso em primeira mão ao processo.
Ana Paula foi a terceira eliminada de A Fazenda 10 e deixou o confinamento em 11 de outubro daquele ano. Mas somente dez meses depois, em 23 de agosto de 2019, ela decidiu protocolar uma ação contra seus dois oponentes, pedindo indenização por danos morais, materiais e tutela de urgência de natureza incidental. A ação corre na 45ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo.
Na inicial, a funcionária de Silvio Santos relata todos os desentendimentos que teve com a dupla e cita os apelidos maldosos que recebeu, e como eles teriam prejudicado sua vida. O primeiro xingamento proferido por Evandro contra Ana Paula foi "desequilibrada", termo adotado por outros participantes do reality show.
Na sequência, cita uma situação do jogo em que Nadja a chamou de "mentirosa", fazendo com que os fãs da ex-mulher do cantor D'Black produzissem fake news pejorativas a seu respeito.
O terceiro ponto do documento mostra a indignação de Ana Paula Renault por ter sido xingada por Evandro Santo, que teria dito uma sequência de palavras de baixo calão a seu respeito.
O ex-Pânico, que pediu auxílio emergencial por conta da pandemia, a apelidou de Annabelle e a chamou de "grossa, mal educada, fria, lixo, disse que ela é uma vergonha, um fracasso, controladora filha da puta, burguesa de merda, mimada, repete falando que ela é a pessoa mais filha da puta que ele já viu na vida dele, falsa, imunda, nojenta, e finalizou falando para a autora morrer".
Ana Paula também foi chamada de homofóbica por Nadja Pessoa, que mais tarde teria assumido que a xingou apenas para tirar sua estabilidade emocional no jogo. O rótulo, no entanto, fez a ex-BBB perder contratos, uma vez que era convidada para fazer presenças VIP em festas voltadas à comunidade LGBTQ+.
Ela só decidiu levar o caso à Justiça porque, mesmo quase um ano após sair do reality show da Record, as ofensas por parte dos fãs de Nadja e de Evandro continuaram.
Em seus pedidos no processo, Ana Paula queria proibir que os réus nunca mais citassem seu nome em qualquer rede social ou programa de televisão sob a pena de multa diária de R$ 100 mil. Além disso, pediu uma indenização por danos morais de R$ 100 mil a cada um dos inimigos, "devendo a verba em questão sofrer correção monetária a partir da fixação, bem como acrescida de juros que deverão ser contados desde a data das condutas ilícitas", diz o processo.
Também pediu à Justiça tutela de urgência, para que o caso fosse julgado o quanto antes a fim de proibir que Nadja e Evandro voltassem a citar seu nome publicamente. Por fim, que seus inimigos pagassem pelas custas processuais e os honorários advocatícios de sua defesa, estimado em 20% sobre o valor da causa.
A juíza Glaucia Lacerda Mansutti, no entanto, não viu sentido no pedido de tutela de urgência e indeferiu o pedido de Ana Paula Renault para proibir os réus em citar seu nome na web ou em participações em programas de TV. Como argumento, citou que os fatos apontados pela autora ocorreram muitos meses antes de ela recorrer à Justiça, o que "descaracteriza a urgência", diz a decisão.
Em 16 de dezembro, Ana Paula deu mais um passo na ação e forneceu os dados completos de Evandro Santo que faltavam em sua inicial, como o endereço residencial e CPF.
Em 19 de janeiro deste ano, os advogados da ex-BBB voltaram a solicitar a tutela de urgência, apresentando novos ataques difamatórios que ela recebeu em redes sociais por parte de fãs de seus rivais. Mas três dias depois a mesma juíza voltou a indeferir o pedido de Ana Paula Renault.
Não satisfeita com a segunda negativa, ela protocolou um agravo de instrumento no Tribunal de Justiça de São Paulo, em 28 de fevereiro, e o caso agora tramita na 2ª Câmara de Direito Privado.
O relator José Joaquim dos Santos analisou o pedido e também concluiu que não há urgência no "silenciamento" de Nadja e Evandro por se tratar de uma ação que apresenta fatos ocorridos há quase dois anos. E os dois ex-participantes de A Fazenda estão livres para continuar citando publicamente o nome de Ana Paula Renault.
Na tarde desta quarta, após a publicação da reportagem do Notícias da TV, Ana Paula se pronunciou sobre o processo. Ela afirmou que perdeu contratos de trabalho por causa das ofensas sofridas e que Evandro e Nadja proferiram uma série de fake news sobre sua vida pessoal. Confira o desabafo:
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