Ator de Novo Mundo revela segredo por trás de 'palavras mágicas' de pajé

Roney Villela confessa que se entregou de corpo e alma para as sequências em que Tibiriçá pratica a pajelança em Novo Mundo. Em meio ao vapor das ervas e com o maracá (chocalho sagrado para os indígenas) em mãos, o ator realmente pronunciou palavras na língua tupi-guarani durante as gravações da novela das seis.

As cenas em que o guia espiritual se debruçava em cima de um enfermo e invocava os espíritos ancestrais eram as mais difíceis para o artista. "Era um personagem selvagem, espiritual, sábio e com leveza ímpar. Balbuciar orações em guarani enquanto soprava fumaça pelo corpo do adoecido exigia muita concentração. Havia um envolvimento profundo", explica.

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O esforço foi compensado ao rever momentos como quando o curandeiro salvou a vida de Joaquim (Chay Suede), atirado ao mar depois de ter sido alvejado por Thomas (Gabriel Braga Nunes) no início da trama. "Ele regendo o casamento de Piatã [Rodrigo Simas] e Jacira [Giulia Buscacio] também foi marcante", cita o carioca.

O intérprete, inclusive, anseia para rever a despedida do xamã nas cenas que serão exibidas a partir do próximo dia 12. Tibiriçá levará o personagem de Rodrigo Simas em uma viagem pelo astral para empossá-lo como novo líder religioso da tribo tucaré antes de morrer. "É um capítulo dedicado a ele, quando leva Piatã para viajar pelo passado do pajé", relembra.

Ele então se despedirá novamente do papel que lhe marcou profundamente. "Foi de uma importância pessoal muito grande para mim. Ele vivia pintado, descalço pela floresta. Era altamente espiritual e isso lhe dava uma leveza que até hoje tento trazer comigo. Melhorei como artista e ser humano", entrega.

Com os projetos paralisados pela pandemia de coronavírus (Covid-19), Villela usa o seu tempo livre para escrever, já que também é roteirista e dramaturgo. "Estou respeitando [a quarentena] bravamente. Eu trabalho muito no computador. Terminei o roteiro de um longa e uma peça de teatro. Nunca tive tanto para escrever", brinca.

Assim que possível, ele embarcará para o nordeste para gravar uma série, além do lançamento de filmes como Veneza, de Miguel Falabella, e Jorge da Capadócia, de Alexandre Massafer. "Todos previstos para esse ano. Mas as datas estão todas inseguras ainda", lamenta o artista.

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