Atriz de Amor de Mãe guarda segredos devastadores da trama há três anos

Há três anos, Jéssica Ellen assumiu um voto de silêncio e aceitou manter sigilo sobre a sua participação em Amor de Mãe. Assim que terminou Justiça (2016), a atriz foi convidada pela autora Manuela Dias para integrar o elenco da novela, sob a condição de não contar nada pra ninguém. Ela evitou comentar até mesmo que estava escalada para trama.

"Pediram segredo e eu guardei, porque a novelista está escrevendo a minha personagem há algum tempo. Agora finalmente vamos com tudo", entrega a intérprete da professora de História Camila ao Notícias da TV.

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Em sua primeira novela das nove, a artista faz parte de um esquema de guerra para manter em sigilo as histórias de Lurdes (Regina Casé), Thelma (Adriana Esteves) e Vitória (Taís Araújo). Para evitar o vazamento de informações e resguardar todas as reviravoltas, os atores têm recebido apenas as suas cenas já decupadas em um aplicativo desenvolvido pela Globo.

Uma das principais apostas da roteirista, Jéssica acredita que tantos enigmas tornam a trama um "carrossel de emoções", cujo principal trunfo é aguçar a curiosidade do público. "São muitos acontecimentos e, quando você acha que descobriu um segredo, vem outro. Não pode perder um capítulo, senão você deixa escapar muita informação", pontua a atriz de 27 anos.

Apesar dos esforços, a estratégia tem afastado o público aos poucos. O excesso de mistério é apontado como um dos principais fatores para a produção ter uma tímida repercussão. Chega a ser desbancada na audiência por Bom Sucesso, que vem embalada pela sua reta final.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

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Mistério em dobro

Até o momento, Camila está no centro de duas incógnitas do folhetim. Apesar de Sandro (Humberto Carrão) ser apontado como o filho que Vitória (Taís Araújo) teve com Raul (Murilo Benício), e que ela entregou à traficante Kátia (Vera Holtz), a personagem de Jéssica continua correndo por fora nesse páreo.

A seu favor, a idade da professora a torna a herdeira mais provável da advogada. Aos 24 anos, o seu nascimento coincide com a época em que a mãe de Tiago (Pedro Guilherme Rodrigues), por volta dos 42, conheceu o empresário, pouco antes de entrar na faculdade. Mais velho, o cúmplice de Marconi (Douglas Silva) exigiria que o casal tivesse se encontrado antes na trama.

Sem contar que a educadora também foi abandonada sem explicações na beira da estrada antes de ser resgatada pela mãe de Magno (Juliano Cazarré). "Não sei, não sei mesmo [se essa parte do passado de Camila virá à tona]. Realmente não sei nem se isso vai ser revelado", despista a artista.

Por outro lado, ela também pode estar vivendo uma relação incestuosa com o filho desaparecido de Lurdes, já que Danilo (Chay Suede) tem levantando suspeitas de que é o verdadeiro herdeiro da babá. A revelação de que os dois são irmãos, mesmo que não tenham o mesmo sangue, pode ser devastadora para a doméstica.

O encontro deles no capítulo de quarta (11) acabou dando um fôlego a mais para o papel da intérprete. Camila, até então, teve suas cenas restritas à escola em que trabalha e à família. O romance com o ex-namorado de Amanda (Camila Márdila) deve inseri-la em mais núcleos, fazendo sua história evoluir de fato.

A atriz confirma, inclusive, que a relação dos dois representa uma espécie de marco. "A ligação entre eles é curiosa. A Lurdes sempre diz que a filha só trabalha e precisa namorar, mas a Thelma também acha que o rapaz só fica em casa e precisa de alguém. Sei que os dois vão acabar sendo o porto seguro um do outro", adianta ela.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

No folhetim de Manuela Dias, a professoa enfrentou um tiroteio ao lado dos seus estudantes

Escola pública

Além de peça-chave sobre os mistérios da trama, Camila também é usada pela novelista para fazer merchandising social sobre o abandono e descaso com a educação pública. A personagem já enfrentou um tiroteio em sua instituição de ensino e foi até agredida dentro da sala de aula por um aluno.

"Acho fundamental ter a oportunidade de falar sobre assuntos que vão instigar as pessoas e fazê-las pensar sobre isso. É uma responsabilidade grande, mas é gratificante", analisa a intérprete.

Jéssica se identifica com sua personagem, até porque estudou toda a sua vida na Escola Municipal Joaquim Abílio Borges, no Rio de Janeiro. Em meio às dificuldades, ela trabalhou como auxiliar de limpeza em um shopping carioca antes de conseguir se formar bailarina.

"Também fui a primeira pessoa da minha família a entrar na faculdade. Tem gente que não entende a importância disso. É algo tão simples, mas que significa tanto", afirma ela, que chegou a frequentar também o curso de Artes Cênicas, mas acabou o abandonando por conta de compromissos profissionais.

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