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VÍTIMA DE AGRESSÃO

Como identificar relação abusiva? Psiquiatra alerta sobre caso Ana Hickmann

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ana Hickmann em foto publicada no Instagram; apresentadora foi vítima de agressão do marido

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GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 14/11/2023 - 17h12

Ana Hickmann foi vítima de agressão do marido, Alexandre Correa, e chamou a atenção para um tema delicado: relacionamentos abusivos. A apresentadora está a mais de 24 anos com o empresário, e alguns sinais já apontavam que o casamento não era muito saudável. "Precisamos ficar alertas aos detalhes", diz a psiquiatra Jéssica Martani.

Ao Notícias da TV, a especialista destaca que determinados tipos de comportamentos podem ser importantes na hora de avaliar se uma relação é tóxica ou não.

"Costumo dizer que é observar os detalhes. Por exemplo, observar como essa pessoa se relaciona com as pessoas próximas, com parentes próximos e observar se ele tem uma postura agressiva, desrespeitosa, egoísta, se é possessivo ou gosta de manipular", explica.

Muitas vezes as violências começam de maneiras muito sutis e  aquilo vai incomodando, mas o parceiro ou a parceira pede desculpa e vida que segue. É muito comum que o relacionamento se mantenha na base de promessas de mudança.

O psicólogo e psicanalista Ronaldo Coelho reforça ainda que muitas atitudes agressivas em um relacionamento costumam ser percebidas por outras pessoas. Contudo, na maioria das vezes, são ignoradas por quem está de fato envolvido na situação.

"Esses sinais estão lá, porém, são ignorados ou não são vistos como problema. Isso ocorre porque esses abusos acabam acontecendo de forma que sua existência é naturalizada e até podem ser vistos como uma coisa boa, como algo que pode trazer uma vantagem para o outro", avalia.

Para o especialista, a dificuldade em sair de relacionamentos abusivos está ligada, principalmente nos casos das mulheres, com a romantização do sofrimento:

O limite é o que vai determinar aquilo que é bom, que faz bem a ambos, que pode acontecer, já o que faz mal, para qualquer um, não será tolerado. Essa é a regra básica para uma relação que seja saudável, sustentável, que valha a pena. Parece óbvio, mas muita gente nutre a ideia de que amor de verdade é aquele que a pessoa pode tudo em relação a mim, até fazer coisas que me fazem sofrer.

Rede de apoio e tratamento

Nem sempre é fácil sair de um relacionamento abusivo. Algumas pessoas passam anos aceitando tratamentos contrários aos que gostariam de receber de seus parceiros --aceitando até agressões verbais e físicas.

A psiquiatra Jessica explica que contar com uma rede de apoio e buscar ajuda profissional são passos necessários em busca de resgatar a independência fora da relação tóxica.

"É muito importante o apoio psicológico e também uma rede de apoio entre familiares e amigos. É sempre muito difícil sair de um relacionamento abusivo, ele vem com manipulação emocional. Muitas vezes, o parceiro abusador consegue estruturar a situação de uma forma na qual a vítima se se sente inseguro com o rompimento, há sensação de medo e insegurança, como se a felicidade dependesse de estar com o abusador".

No caso de Ana Hickmann, existe ainda o fator de ela ter um filho com o marido. A apresentadora é mãe de Alexandre, de nove anos. O menino estava presente no momento em que as agressões à contratada da Record aconteceram.

A especialista chama a atenção para o fato de que as crianças expostas a esse tipo de ambiente também podem sofrer consequências por terem acompanhado episódios de agressividade dentro de casa.

"A primeira infância, que compreende a idade de até seis anos, é essencial para a formação da personalidade. Portanto, crianças expostas à violência podem ter maior propensão a desenvolver distúrbios psiquiátricos, como depressão, ansiedade", acrescenta. 

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