DESPERTADOR NO AR
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Pedro Bial entrou ao vivo no programa É de Casa neste sábado (6) para falar de Jô Soares
Pedro Bial caiu da cama neste sábado (6) para participar do É de Casa ao vivo. Ele entrou no ar de seu escritório, que também é cenário de sua atração na Globo, para entregar detalhes da relação que tinha com Jô Soares (1938-2022) e de como eram os bastidores dos trabalhos que fez com o apresentador. Revelou que um dia teve um piripaque ao trocar de lugar com o veterano em uma entrevista no extinto Programa do Jô (2000-2016).
"Tive um pequeno surto. Mas ele como sempre, acolhedor, conseguiu contornar a tremedeira que eu tive no palco. Hoje, eu vejo que foi um pequeno tributo que meu corpo e a minha loucura prestaram ao Jô. Acho que não encaro essa. Não seguro essa de sentar onde sua bunda mora, não tenho bunda para isso", disse à época e repetiu em sua participação no matinal.
A cena acabou antecipando o que ocorreu quando a Globo decidiu colocar Bial na faixa do fim de noite no lugar de Soares. O jornalista afirma que desde o primeiro contato que teve com Jô Soares em 1983, o humorista enxergava nele uma capacidade que ele não sabia ainda que tinha.
"Viu capacidades e talentos e, uma vez que alguém como o Jô, acredita em você e diz: 'Cara, você é bom, vai e aposta'. Essa profecia é autorealizável. Você acredita nisso e vai em frente."
Bial fez questão de falar que o veterano inspirava a inteligência dos outros e também relembrou a primeira entrevista que fez com ícone da TV quando ainda era um jovem repórter. Agora, o "dono" do Conversa com Bial está com 64 anos.
A primeira vez que entrevistei o Jô foi em 83, ele falou assim... Era um apartamento de cobertura na lagoa [Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro]. Ele falou: 'Vamos fazer na piscina'. Tinha uma piscina que era uma banheira pequenininha. Falei: 'Ok, vamos lá'. Ele entrou. Não entrei, fiquei na borda, imagina, naquela época seria um escândalo um repórter entrar na piscina. Devia ter entrado.
Na cabeça de Soares, ele achava que Bial tinha entrado na piscina. Passaram-se anos, e o humorista ainda comentava a situação e só acreditou que o colega não estava dentro da piscina ao rever as imagens da reportagem.
Ele não morre, está vivo e estará vivo em todas as pessoas que o conheceram, o amaram, nos personagens que criou. O Jô quando era bom, ele era ótimo, mas quando ele era mau, era sensacional. Tinha uma irreverência. A maldade do humor é nos deixar pelados, arrancar nossas hipocrisias, convenções.
A TV aberta fala com todas as classes sociais e atingir todos os públicos é sempre um desafio, segundo o jornalista. "Ele tinha um faro, ele media a temperatura do público com tal facilidade, de maneira tão natural, que ele se comunicava com todas as classes de A a Z", recordou-se o apresentador, que nesse momento teve sua fala interrompida por ele porque seu despertador tocou. "Olha está tocando e avisando para falar com a Maria Beltrão", disse ao risos, mostrando espontaneidade.
Morto aos 84 anos de causas naturais, o humorista não desejava um funeral com milhares de pessoas. O velório foi restrito a amigos e familiares em São Paulo, e a cremação do corpo em Mauá (Grande SP) também será uma cerimônia íntima, conduzida pela ex-mulher de Jô Soares, Flávia Pedras Soares.
No matinal, Maria Beltrão explicou que o escritor estava produzindo muito antes de ser internado desde o último dia 18 no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Iria estrear uma peça em setembro e escrevia mais um romance policial. "Jô dizia que não ficava preocupado com a morte, ele dizia: 'A morte é uma certeza'."
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