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BORN TO FASHION

Nudes, conflitos e emoção: O que esperar do reality show só com mulheres trans

Divulgação/E!

Os jurados André Veloso, Alice Marcone e Lila Colzani e a apresentadora Laís Ribeiro em gravação do reality Born to Fashion

Os jurados André Veloso, Alice Marcone e Lila Colzani e a apresentadora Laís Ribeiro no reality Born to Fashion

FERNANDA LOPES

Publicado em 13/8/2020 - 6h55

Em meio a discussões sobre transfobia nas redes sociais, após comentário maldoso da cantora Marília Mendonça, estreia nesta quinta (13) o reality show Born To Fashion, no canal E!. Todas as participantes são mulheres transgênero, que disputam provas em busca do contrato com uma prestigiada agência de modelos. Na competição, há momentos de conflitos entre as candidatas, de emoção e até de nudez.

Apresentado por Laís Ribeiro, modelo conhecida por desfilar para uma famosa marca de lingerie, o programa se constitui de maneira semelhante ao concurso Garota Totalmente Demais, que revelou Eliza (Marina Ruy Barbosa) como a nova top model na novela das 19h atualmente reprisada pela Globo. Em Born to Fashion, a vencedora também estampará a capa de uma renomada revista de moda.

O reality do E! começa com a escolha de dez mulheres trans que passarão por disputas e aulas para aprenderem a ser modelos profissionais. "Cada uma delas tem personalidade diferente, e hoje não basta ter só rostinho bonito. Tem que ter personalidade, tem que estudar, saber do que o mercado precisa. Essas foram nossas prioridades", explica Laís Ribeiro.

Os episódios exibirão provas de vídeo, desfile em passarela, expressão, de fotografias de moda praia e até de nu artístico, por exemplo.

"Eu até estava com medo, era o nu. Toda modelo já fez nu. Mas parece que elas desabrocharam depois dessa prova. Eu é que estava tipo: 'Não vamos fazer, temos que conversar com elas, saber qual é a opinião delas'. Mas depois dessa prova acho que elas se acharam lindas, confortáveis", conta a apresentadora.

Emoção e conflitos

Diferentemente da maioria dos realities de competição, Born to Fashion não tem eliminações semanais. As dez modelos permanecem até o final e são avaliadas a cada etapa pelos jurados: o maquiador André Veloso, a estilista Lila Colzani e Alice Marcone, cantora, roteirista do programa e também mulher trans.

Segundo Alice, o programa também tem um ingrediente fundamental para o sucesso de um reality show, que é a formação de conflitos entre as participantes.

"A transgeneridade não é uma coisa só. Existe diversidade na diversidade. A gente levou em consideração construir um casting plural, que com certeza entraria em conflito. Isso é bom pro programa e pra elas. Trabalho é resolução de conflito, se colocar e construir uma carreira é resolução de conflito. Ter personalidades antagônicas é parte essencial do programa, pra que elas mesmas aprendam a construir pontes", afirma.

Por outro lado, o telespectador pode também separar o lencinho, pois as histórias de vida das modelos trans prometem emocionar. Laís Ribeiro confessa que saiu aos prantos de várias gravações.

"Eu chegava no hotel e chorava, meus problemas não são nem problemas [perto do que as participantes passam]. Cada uma delas me marcou bastante. Ao mesmo tempo em que vão contar histórias de vida, partes difíceis, elas vão mostrar que também têm alegria, força e determinação dentro delas. O programa está aqui pra dar essa voz a elas", adianta a top.

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