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MAIOR GALÃ DA GLOBO

'Minha carreira tinha tudo para dar errado', desabafa Cauã Reymond

João Miguel Júnior/TV Globo

Cauã Reymond em cena da minissérie Ilha de Ferro: segunda temporada chega ao Globoplay em outubro - João Miguel Júnior/TV Globo

Cauã Reymond em cena da minissérie Ilha de Ferro: segunda temporada chega ao Globoplay em outubro

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 27/4/2019 - 6h52

Principal galã da Globo atualmente, e disputado por vários autores e diretores para novelas, Cauã Reymond ainda não entende como se deu tão bem como ator. "Eu sou ex-modelo, ex-lutador de jiu-jítsu, surfista, comecei em Malhação como um personagem chamado Mau Mau (risos). Minha carreira tinha tudo para dar errado", desabafou ele.

Ciente de que muitos fatores conspiravam contra ele e contra uma carreira duradoura, o ator de 38 anos decidiu não brincar com a sorte e assumiu o controle da própria vida. "Eu pensei: 'Não vou ficar sentado esperando os grandes papéis que eu almejo fazer caírem no meu colo'. Como eu sempre fui um cara muito inquieto, comecei a ir atrás de personagens que me interessavam", explicou.

Entre tais papéis, estão dom Pedro 1º, que Reymond incorporou no ano passado para um filme dirigido por Laís Bodansky e produzido pelo próprio ator, ainda sem data de estreia. Ele também comprou os direitos da história do pintor esquizofrênico Rodrigo de Souza Leão (1965-2009), mas o projeto empacou por causa dos problemas de financiamento da Ancine. "A vida dele me interessou porque minha tia, irmã da minha mãe, também é esquizofrênica."

Além de montar a própria produtora para correr atrás de papéis interessantes, Cauã mudou a própria forma de encarar o trabalho, em um processo que ele define como amadurecimento profissional. Ele aponta que tudo mudou "uns cinco ou seis anos atrás", justamente o momento em que ele parou de emendar novelas --seu último papel do tipo foi A Regra do Jogo, em 2015.

"Até cinco anos atrás, eu tinha o meu jeito de atuar e tentava impor isso aos diretores com que trabalhava e aos meus colegas. Agora, quando eu vou começar um papel, eu me pergunto qual é o estilo do diretor e tento me moldar a ele, me acoplar ao projeto. Acho que eu pensava de outra maneira antes, eu me impunha por causa das minhas inseguranças, das minhas fraquezas", justificou Reymond.

O ator abriu o jogo sobre essa transformação no Rio2C, maior evento audiovisual do país, durante uma conversa em que debatia a arte da atuação com a atriz Morena Baccarin, brasileira que faz sucesso em Hollywood. Outra mudança pela qual Cauã passou há cinco anos? Desde aquela época, ele parou de ver seus trabalhos.

"Eu não gosto mais de me assistir, é engraçado. Naquela época, algo mudou em mim e eu pensei: 'Cheguei num ponto legal'. É claro que tem várias coisas que eu ainda quero fazer, mas cheguei em um degrau em que decidi que não ia mais me ver. A não ser que eu seja produtor. Se é um projeto em que sou só ator, não me assisto. E isso me deu muito mais liberdade para testar coisas novas."

Essa liberdade passa também pela sua fuga das novelas --Reymond tem sido sucessivamente cotado para papéis de destaque nas tramas das nove da Globo. Escapou de O Outro Lado do Paraíso (2017), de Segundo Sol (2018), de O Sétimo Guardião (2018) e também se desvencilhou de A Dona do Pedaço e Amor de Mãe, próximas novelas da faixa. Por enquanto, está reservado para Em Seu Lugar, prevista para meados do ano que vem.

"Fazer série é muito incrível porque você sabe o arco do seu personagem para a temporada inteira antes mesmo de começar a gravar. Novela não é bem assim. Você tem a sinopse, e o papel ali pode ser incrível, super bem direcionado. Mas aí algo dá errado, a audiência não corresponde, e muda tudo. Às vezes o personagem cresce, às vezes não. Às vezes o público acha interessante a mudança, mas você não acha. E precisa continuar fazendo. Para mim, o grande desafio de fazer novela é buscar fazer o trabalho sem crítica", discursou, com sutis alfinetadas ao gênero.


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