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Ricardo Goulart e Dudu, dois dos principais jogadores do Palmeiras: clube ainda não fechou com a Globo
GABRIEL VAQUER
Publicado em 27/4/2019 - 6h59
As arrastadas e ainda não concluídas conversas com Palmeiras e Athletico-PR não trazem problemas só para a Globo, mas também para as operadoras de TV paga. São elas que vendem os pacotes de pay-per-view para os clientes finais, e não a Globo. As empresas culpam a emissora pelas notificações que receberam do Procon nas últimas semanas e por perderem dinheiro com descontos a assinantes.
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As operadoras também se queixam da falta de transparência da Globo sobre o andamento das negociações com os dois clubes. O Campeonato Brasileiro começa neste sábado (27). Sem acordo com o Palmeiras e o Athletico, 20% dos jogos não poderão ser oferecidos no pay-per-view. Os assinantes do Premiere já pagaram por um pacote que incluía 100% das partidas.
O Notícias da TV apurou que Net/Claro, Oi, Sky e Vivo se irritaram porque, sempre que questionada, a Globo respondeu simplesmente que fecharia acordo até este sábado. Isso não permitiu às operadoras se anteciparem ao problema, comunicando os assinantes e organizando uma forma de compensação.
Sem todos os jogos do Campeonato Brasileiro, o assinante pode pedir um desconto na assinatura do canal à la carte, como orienta o Procon. Além de perder dinheiro, as empresas podem ser processadas.
A entidade de defesa do consumidor já notificou as operadoras por não darem informações claras sobre a amplitude dos pacotes do Premiere e negociarem descontos para os clientes que se sentirem prejudicados. A resposta das operadoras, segundo nota do Procon do último dia 18, não foi satisfatória.
No mercado, se prevê que Globo e operadoras terão um prejuízo de pelo menos R$ 100 milhões com o pay-per-view, por causa da ausência de Palmeiras e Athletico. Além de descontos, terão gastos com atendimento ao consumidor e processos judiciais.
Desde 1996, quando surgiu o Premiere, o assinante do pay-per-view paga para ter todos os jogos do torneio. Atualmente, o valor varia de R$ 79,00 a R$ 109,00. A reportagem ligou para todas as operadoras e perguntou se haveria desconto. Todas ofereceram cerca de 18 reais, com a mensalidade caindo para R$ 92.
De todas, a Net foi a única a dizer que, assim que Palmeiras e Athletico Paranaense fechem com a Globo, a mensalidade voltará ao preço original. As outras não informaram nada do gênero.
Ambos os clubes ainda estão um pouco longe de fecharem acordo --o Furacão um pouco mais próximo, pois já acertou contrato para a TV aberta, enquanto o Alviverde conversa para TV aberta e PPV.
As operadoras se queixaram também a Globo de não terem acesso a detalhes da negociação, o que ajudaria a planejar os próximos passos ou algum tipo de compensação e resposta para o Procon-SP e para o público. A emissora só informa que está trabalhando para resolver o problema o quanto antes.
Palmeiras e Athletico discordam da divisão do pay-per-view, e querem uma métrica de pagamento mais justa. O Palmeiras também quer uma cota fixa de tudo o que for arrecadado, assim como Flamengo e Corinthians têm atualmente --o Timão e o Urubu recebem 18,5% fixos do arrecadado, e o Verdão quer entre 15% e 16%.
Já o Furacão pediu R$ 40 milhões em luvas para assinar com o Premiere, o mesmo valor de luvas pago pela Turner no acordo para os direitos de TV paga. A Globo não aceitou, mas as conversas continuam.
A Globo já aceitou pagar R$ 100 milhões em luvas para o Palmeiras. O clube, no entanto, quer mais. Um ponto usado pela emissora para defender seus argumentos é de que o Palmeiras não tem dado tanta resposta assim em 2019. Dos principais clubes paulistas, ele foi o que menos deu audiência neste ano, segundo levantamento feito pelo Notícias da TV.
Procurada, a Vivo enviou o seguinte comunicado: "A Vivo informa que não sendo programadora e licenciadora, não detém dos direitos esportivos de transmissão dos Campeonatos Estaduais e Brasileiros de futebol. Por isso, não participa de quaisquer negociações a respeito dos conteúdos de transmissão dos canais Globosat, incluindo o canal Premiere Futebol Clube".
"A empresa ressalta que comercializa e informa aos clientes que trata-se de um pacote com a maior cobertura do futebol brasileiro, sem a garantia dos times inseridos, além de oferecer sempre a flexibilidade ao consumidor para alterar o seu pacote de TV, a qualquer momento, sem qualquer penalidade, caso não desejem o pacote contratado", continuou a empresa.
"A Vivo ainda reforça que não recebeu nenhuma comunicação expressa sobre a limitação de jogos relativa ao pacote Brasileirão 2019 e orienta que procurem a programadora Globosat para maiores informações sobre o status da negociação com os clubes", concluiu a Vivo.
Globo e Sky preferiram não se pronunciar sobre o assunto. A Oi não respondeu aos contatos. Net/Claro não enviou uma resposta até a publicação deste texto.
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