MEDIDAS INSUFICIENTES
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Luiza Possi e seu professor, Daniel Norton, visivelmente suado, no palco da Dança dos Famosos
Anunciada pela Globo como uma das medidas de proteção adotadas contra a Covid-19, a máscara foi obrigatória na estreia das mulheres na Dança dos Famosos, no último domingo (20). Mas com o excesso de contato físico entre participante e professor, com partículas de suor voando pelo estúdio, o acessório de fato previne os competidores de contraírem o novo coronavírus? A Medicina afirma que não.
"A máscara tem eficácia quando a transmissão é feita pela via oral, mas essa não é a única forma de contágio. Esses participantes, para estarem 100% protegidos, precisariam passar por um confinamento como o do Big Brother Brasil e terem contato somente entre eles. Mas não é isso o que acontece", disse a infectologista Patricia Rady Müller, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, ao Notícias da TV.
Confinamento não é uma das premissas da atual temporada da Dança dos Famosos. Os participantes dormem em suas respectivas casas e são orientados pela produção a evitar exposição excessiva em ambientes públicos, para reduzir as possibilidades de contatos com o vírus. Mas basta passar pelas redes sociais dos competidores para ver que eles têm ignorado essa orientação.
"Essas pessoas têm vida fora da competição, fazem contato físico com seus companheiros, filhos. A principal forma de transmissão da Covid-19 é a respiratória, que a máscara bloqueia. Mas o toque e o suor também são vias de contágio, e nestes casos a máscara não produz nenhuma proteção aos famosos e aos professores", acrescentou Patricia.
A Globo adotou medidas para viabilizar a atual temporada, oferecendo a máxima segurança aos competidores.
"Foram estabelecidos protocolos que abrangem todas as etapas da produção. Os competidores e os professores do Dança dos Famosos são testados semanalmente. Eles seguem a rotina de ensaios com todos os cuidados e proteção necessários, e com o suporte de uma equipe reduzida. As roupas de treino são higienizadas e disponibilizadas apenas no momento do ensaio. E o figurino para apresentação também segue rígido controle de higienização", explicou a emissora em nota enviada à reportagem.
O problema é que os participantes não têm sido tão rígidos assim com as próprias seguranças. Em uma breve visita aos perfis nas redes sociais, foi possível ver Isabeli Fontana sem máscara na praia e Giullia Buscacio fazendo procedimentos estéticos em uma clínica. Já Felipe Titto e a bailarina Brennda Martins se "esqueceram" de usar o acessório durante os ensaios.
Além disso, muitos deles moram no Rio de Janeiro e fazem deslocamentos de avião para São Paulo, onde é gravado o reality show do Domingão do Faustão.
Nos Estados Unidos, o Dancing with the Stars tem sido mais rígido com seus participantes. Todos os famosos foram obrigados a morar em Los Angeles durante o período da competição. Os professores vivem confinados e só podem ter contato exclusivamente com seus pares --até os profissionais que são casados estão morando em casas separadas. No palco, eles se apresentam sem máscaras. Além disso, todos são submetidos a testes diários para a detecção do vírus. Na Globo, os testes são semanais.
"A máscara ajuda na proteção, mas não é suficiente. A clausura completa seria a maneira efetiva para que estas pessoas estejam de fato protegidas contra o novo coronavírus", finalizou a infectologista.
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