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Jornalista da Record acusa diretor de assédio sexual e de vigiá-lo por câmeras

REPRODUÇÃO/RECORD

Márcio Santos está em púlpito, com um microfone na mão, e discursa

Márcio Santos: diretor de Recursos Humanos da Record é acusado de assediar jornalista da emissora

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 24/11/2023 - 17h24

O jornalista Elian Matte denunciou o diretor de Recursos Humanos da emissora, Márcio Santos, por abuso sexual no ambiente de trabalho. Matte é roteirista do Câmera Record, apresentado por Roberto Cabrini. Ele relatou que as investidas do chefe começaram com convites particulares em sua sala de reuniões. O Notícias da TV descobriu que o profissional recebia fotos dele mesmo, obtidas pelo sistema de câmeras da Record, com mensagens íntimas e elogios ao seu corpo.

A denúncia foi registrada na Polícia Civil de São Paulo em 14 de novembro. No boletim de ocorrência obtido pela reportagem, Matte descreve que os pedidos insistentes para encontros prejudicaram seu trabalho e sua saúde mental. Márcios Santos passou a enviar mensagens de texto com teor sexual. O roteirista, com medo de ser demitido, cedeu às investidas.

"São pedidos insistentes para sair e, apesar das minhas negativas, continuou com conversas onde pergunta o tamanho do meu órgão genital, onde diz que tem ciúme doentio por mim e que precisa de ajuda médica", alega o jornalista, em um trecho do boletim.

"Eu até cedi por um período, tinha medo de cortá-lo e ser dispensado. Mas tudo piorou quando começou a usar a estrutura da TV para me monitorar", acrescentou.

Segundo Matte, Santos o monitorava pelo sistema de câmeras da Record e mandava fotos de seu corpo durante o horário de trabalho.

O jornalista descreve que o diretor de RH aproximava a câmera no volume de sua calça e perguntava o tamanho de seu órgão genital. "Fez isso diversas vezes. Reclamou que eu não retribuía pornografias, reclamou que eu só o enrolava, pois não topava sair com ele", afirmou.

Em uma das mensagens, pediu para que eu não chegasse perto do carro dele no estacionamento, pois me sequestraria.

Elian Matte apresentou sintomas da síndrome de burnout, distúrbio que causa estresse e esgotamento físico em situações de trabalho desgastante. Ele procurou uma clínica médica oferecida pela empresa e teve o diagnóstico confirmado. A médica que o atendeu, no entanto, revelou que precisaria alterar o atestado dele por ter sido ameaçada.

"Ela me afastou, me diagnosticou com burnout. Uma semana depois, me enviou várias mensagens dizendo que foi ameaçada pela direção e precisava me enviar um novo atestado modificado, pois era proibido na emissora o diagnóstico de burnout. Estou com os atestados alterados. Houve quebra do sigilo médico, alguém do RH ameaçou a médica", atestou ele.

De acordo com a revista Piauí, o roteirista pediu ajuda a Antonio Guerreiro, o vice-presidente de Jornalismo da Record, e relatou o problema. Após a queixa, teve uma reunião com dois funcionários de alto escalão da emissora, todos amigos do diretor a quem ele acusava de assédio: Clovis Rabelo (diretor de estratégias e conteúdo de jornalismo) e Fabiano de Souza (gerente de produção executiva de jornalismo.

Matte se sentiu intimidado em dar detalhes sobre o abuso. Procurou então Luiz Claudio da Silva Costa, presidente da Record, por meio de e-mail, mas nunca teve resposta. Por fim, falou com Edinomar Galter, diretor jurídico, que o aconselhou a fazer um boletim de ocorrência.

Notícias da TV procurou a Record via telefone, mensagens de WhatsApp e e-mail, mas não houve resposta até a publicação deste texto. Elian Matte também não retornou os contatos da reportagem.


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