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REPRODUÇÃO/RECORD
Kadu Moliterno em Topíssima (2019), da Record: fora da TV, ator entra na Justiça contra a Globo
Fora da televisão desde 2019, quando fez um papel de destaque na novela Topíssima, da Record, o ator Kadu Moliterno entrou com uma ação na Justiça do Trabalho contra a Globo. O veterano de 70 anos pede o reconhecimento de vínculo empregatício com a emissora enquanto era contratado como PJ (Pessoa Jurídica), sem carteira assinada. Moliterno não trabalha mais na líder de audiência desde 2015.
O Notícias da TV teve acesso à ação, que corre desde o último dia 22. No primeiro despacho, a Justiça determinou que a Globo seja notificada e uma audiência de conciliação entre as partes seja marcada. Não há previsão de quando ela irá acontecer.
A coluna tentou contato com a advogada que representa Kadu Moliterno na Justiça cinco vezes por telefone e também por e-mail desde a última quinta (30). Por e-mail, a representante disse que o seu cliente não tem nada a declarar. A Globo não comenta casos judiciais em andamento.
Diferentemente de outras ações parecidas, Kadu Moliterno não pede uma alta quantia inicialmente. O valor da causa é de R$ 1.000, apenas para cobrir despesas fiscais. Mas isso também é uma estratégia da defesa do ator.
O advogado trabalhista Fernando Dutra Ferreira foi consultado pela coluna para explicar o motivo:
O ator pede apenas o registro em carteira do local de trabalho onde prestou serviços como pessoa jurídica. Não há prescrição nessa situação. Mas ele tem poucos direitos. A empresa pode ser obrigada a pagar verbas de rescisões na anotação da carteira, o que não é previsto judicialmente. A conta é feita pela empresa, se condenada. Isso explica o valor baixo.
"O requerente, no entanto, não pode solicitar o reconhecimento de horas extras ou pedir dano moral. O período para isso já prescreveu. Agora, o trabalhador tem prazo máximo de dois anos para entrar com ação com esses pedidos e só pode pedir indenizações no prazo de cinco anos. Casos anteriores podem ser usados apenas para contextualizar o processo", complementa.
Kadu Moliterno não é o primeiro ator que entra com um processo judicial contra a Globo. Carolina Ferraz e Maitê Proença, assim que foram desligadas da emissora, entraram com ações com o mesmo pedido --reconhecimento de direitos trabalhistas. Também há autores que foram à Justiça, como Euclydes Marinho, que escreveu novelas e séries durante quatro décadas.
Kadu Moliterno não faz um papel na Globo desde uma participação de três meses em Alto Astral (2015). Sua última novela completa foi a temporada 2011 de Malhação (1995-2020). Na Globo, ele ficou marcado pelo papel de Juba na série Armação Ilimitada (1985-1988). Também fez novelas como o remake de Anjo Mau (1997).
Entre 2016 e 2019, Kadu Moliterno só fez novelas na Record, como A Terra Prometida (2016) e Belaventura (2017). Topíssima (2019) foi seu último trabalho. Após o período, ele foi dispensado e perdeu seu contrato fixo com a TV de Edir Macedo.
Moliterno tem dado entrevistas pedindo uma chance para retornar à televisão. No ano passado, ele revelou que tentou voltar à Globo no remake de Pantanal (2022), e que chegou a ligar para o autor Bruno Luperi e para a equipe de produção da trama na tentativa de conseguir um papel. Mesmo com a insistência, ele não conseguiu uma chance.
"Pantanal tinha personagem para mim. Há muito tempo, quando soube que ia rolar, andei ligando para o autor e o diretor para me colocar à disposição. Sinto que eles pegaram o pessoal que já está lá dentro", afirmou Moliterno ao UOL recentemente.
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