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MEMÓRIA DA TV

Feita às pressas, Quatro por Quatro escapou de ser barrada por Boni

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Raí (Marcello Novaes) e Babalu (Letícia Spiller) abraçados e sorrindo com copos de cerveja nas mãos em cena de Quatro por Quatro

Raí (Marcello Novaes) e Babalu (Letícia Spiller) formaram um casal de sucesso em Quatro por Quatro

THELL DE CASTRO

Publicado em 25/10/2020 - 7h00

Atualmente, a Globo já tem suas próximas novelas programadas até 2024. Mas antigamente isso não acontecia dessa forma. Diversas tramas de sucesso da emissora foram criadas às pressas e ainda sofreram alterações pouco antes de entrar no ar. É o caso de Quatro por Quatro (1994), que estreava há exatamente 26 anos.

Sucesso da faixa das sete da Globo, a trama entrou na grade por acaso, já que não era a vez de Carlos Lombardi na fila de autores. Mas a sucessora de A Viagem foi cancelada, e o autor foi convocado para criar uma nova história às pressas, tanto que as gravações iniciaram já diretamente com os capítulos escritos, sem uma sinopse prévia. Enquanto isso, a história de Ivani Ribeiro foi esticada.

Quatro por Quatro estreou com apenas 17 capítulos escritos e seguiu nesse ritmo frenético até o fim. "Na segunda da estreia, gravávamos cenas para o capítulo quatro, da quinta-feira. E a novela seguiu atrasada do início ao fim", disse Lombardi em entrevista ao site NaTelinha no ano passado. "Entreguei o último e fui direto para o hospital com desidratação, lumbago, ansiedade, gripe e tudo o que tinha direito para quem tinha corrido uma maratona", completou.

Originalmente, o elenco da novela também seria bem diferente. O nome Quatro por Quatro foi definido menos de dois meses antes da estreia --a trama, inicialmente, se chamaria Anjos Rebeldes.

O novo título foi dado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então todo-poderoso da Globo, que ainda pediu mudanças na escalação dos artistas e quase barrou a obra por achar o elenco pouco estrelado.

"Os nomes só serão definidos durante uma reunião que teremos esta semana. Existem várias hipóteses, é claro, mas temos que ver quem se adequa melhor a cada perfil", declarou Lombardi ao jornal O Globo em 9 de agosto de 1994, algo impensável nos dias atuais.

Troca-troca

Ao invés de Letícia Spiller, ex-paquita de Xuxa que acabou virando febre nacional como Babalu, a primeira escolha havia sido Adriana Esteves, que vinha de Renascer, produção que sucesso, mas que rendeu críticas à atriz.

Uma reportagem do jornal O Globo de 28 de agosto daquele ano destacava a futura Carminha de Avenida Brasil como a atriz que viveria a personagem. Veio setembro, e Babalu ainda não tinha dona --as cenas já estavam sendo gravadas. Spiller acabou ganhando o papel após encantar o diretor Ricardo Waddington em seu teste.

Betty Lago, que havia se destacado em Anos Rebeldes (1992), estreou em novelas brilhando como Abigail e Calpúrnia. Mas ela entrou depois que o acerto com Bruna Lombardi não rolou e houve a insistência do autor em seu nome. Eliane Giardini estava cotada para ser Auxiliadora, que ficou com Elizabeth Savala, que voltava às novelas após sete anos.

Por fim, Cristiana Oliveira, a eterna Juma, de Pantanal (1990), ganhou Tatiana depois que Malu Mader, a favorita para o papel, teria sido reservada para outra trama --o que não se confirmou, já que ela voltou às novelas somente em 1999, em Força de um Desejo. Enfim, uma tempestade perfeita.

Outros nomes que estavam cotados para a trama e não se confirmaram foram Taumaturgo Ferreira, que viveria Fortunato, papel que ficou com Diogo Vilela, e Patrícia Travassos.

No final das contas, mesmo com toda essa correria e alguns percalços, Quatro por Quatro estreou em 24 de outubro de 1994 e foi exibida até 22 de julho de 1995, em 233 capítulos. Quem nunca viu ou tem vontade de rever pode se animar: a trama está na lista de novelas que será disponibilizada pelo Globoplay nos próximos meses.


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