AVENIDA BRASIL
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Adriana Esteves interpreta a vilã Carmem Lúcia no folhetim de João Emanuel Carneiro
DANIEL FARAD
Publicado em 1/5/2020 - 4h57
A reprise de Avenida Brasil (2012) chega ao fim nesta sexta (1º) depois de reacender o misticismo em torno de Carminha. As loucuras da vilã promoveram Adriana Esteves ao panteão das principais antagonistas da teledramaturgia. Apesar da reviravolta em sua carreira, ela ainda é assombrada pela rival de Nina (Débora Falabella). Ao menos nos folhetins, a artista ainda não conseguiu se desvencilhar da imagem de megera.
Há oito anos, a atriz já figurava entre os principais nomes das tramas globais, mas ainda lidava com traumas do passado. Em Renascer (1993), ela sucumbiu diante das críticas sobre a sua atuação como Mariana e chegou a entrar em depressão.
"Foram os anos mais difíceis da minha vida", relembrou a carioca em entrevista à revista Claudia.
Ela precisaria de cinco anos para retornar à emissora como a protagonista de A Indomada (1997) em busca de superar o estigma. Aos poucos, conseguiu reverter as avaliações negativas em elogios com a mau-caráter Sandrinha em Torre de Babel (1999) e a ríspida Catarina em O Cravo e a Rosa (2000).
O papel que lhe serviria como arrasa-quarteirão para enterrar de vez os incômodos do passado viria apenas no folhetim de João Emanuel Carneiro. A mulher de Tufão (Murilo Benício) caiu no gosto dos telespectadores, se transformou em meme nas redes sociais e suas tiradas entraram no imaginário popular.
A repercussão foi tão grande que a Globo lhe reservou dois anos para descansar a imagem e exorcizar de vez a cúmplice de Max (Marcello Novaes). Ela voltaria ao ar em Babilônia (2015), uma produção que repetiria o fracasso retumbante que ela já havia superado anteriormente.
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Thelma (Adriana Esteves) prestes a cometer um crime em Amor de Mãe: retorno de Carminha
De cara, Adriana deu o azar de entrar em uma das maiores furadas do horário nobre da Globo. Na tentativa de salvar a novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, a sua personagem Inês ganhou cada vez mais contornos de vilã em loucuras que se aproximavam muito das de Carminha. Os chiliques da advogada remetiam o público diretamente ao trabalho anterior da atriz.
Uma nova parceria com João Emanuel Carneiro lhe renderia a cafetina Laureta em Segundo Sol (2018). Em conversa com a Folha de S.Paulo, ela chegou a afirmar na época que "Carminha havia aprendido tudo com Laureta". Mas a promessa de uma vilã ainda pior que a cascavel do Divino não aconteceu, assim como toda a novela.
Dentro dos folhetins, a mulher de Vladimir Brichta parecia se livrar de uma vez por todas da personagem com a Thelma de Amor de Mãe. A empresária, porém, passou por uma série de transformações que a levariam de uma matriarca superprotetora a uma criminosa implacável. Ela voltou a ser comparada com Carmem Lúcia nas sequências do final de temporada.
Mesmo com três tramas problemáticas em seguida apostando na sua capacidade de realizar maldades em cena, Adriana mostra que tem estofo para ser muito mais do que uma vilã de ocasião. Afinal, ela conseguiu deixar para trás a filha de Santiago (Juca de Oliveira) em outros gêneros da casa.
Os seus principais trunfos até agora foram os papéis nas minisséries Assédio (2018) e Justiça (2016) --que lhe rendeu a sua segunda indicação como melhor atriz ao Emmy Internacional. Em obras fechadas, ao contrário dos folhetins, ela conseguiu exercer o ofício sem se tornar uma figurinha fácil para salvar uma trama aparentemente condenada ao desastre.
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