Retrospectiva
Reprodução/TV Globo
As jornalistas Izabella Camargo e Camila Silva, que foram demitidas da Globo neste ano
REDAÇÃO
Publicado em 28/12/2018 - 5h48
Sobreviver a 2018 nas rotinas das emissoras não foi tarefa fácil para os jornalistas. Com casos de estafa mental e física, crises de pânico e ansiedade, além de desentendimentos com os colegas e superiores, alguns deles acabaram no RH. Os mais indignados fizeram questão de compartilhar seus casos com seguidores nas redes sociais.
Na Globo, houve uma onda até então inédita de crises de ansiedade, estresse e até infarto entre os jornalistas. O caso de Izabella Camargo se tornou emblemático: ela foi afastada por ter síndrome de burnout, ponto máximo do estresse profissional, e logo que voltou foi demitida.
Na Band, a repórter Bruna Drews também relatou problemas relacionados à saúde mental e a "pessoas tóxicas" quando anunciou sua saída da emissora, em novembro.
Houve ainda profissionais demitidos pelo cancelamento de suas atrações, ou mesmo quem perdeu o emprego depois de chamar o chefe de "pequeno Hitler".
Relembre cinco casos de jornalistas que passaram no RH em 2018:
reprodução/Instagram
A repórter Bruna Drews em foto que acompanhou seu desabafo no Instagram, em novembro
Bruna Drews
Bruna Drews, que trabalhou com José Luiz Datena no Brasil Urgente e no Agora É Domingo, saiu da Band neste ano e se mostrou muito magoada com a situação. Ela já havia tirado licenças para cuidar da saúde mental, e deu depoimento em post no Instagram em que se mostrava muito desgastada e chateada.
"Essa foto foi tirada há mais ou menos três meses no meu último dia de trabalho! Eu já estava fraca, tomando muita medicação e destruída por dentro! A vida não foi generosa comigo em 2018 e principalmente nas questões relacionadas à minha profissão! Só hoje tenho forças para escrever sobre isso. Foram horas e horas de trabalho, noites curtas e mal dormidas e principalmente pessoas tóxicas", afirmou.
reprodução/tv globo
A repórter Camila Silva quando ainda fazia reportagens para o Bom Dia São Paulo, em agosto
Camila Silva
Camila Silva foi a mais conformada entre os demitidos de 2018. A repórter, que perdeu seu lugar no departamento de Esporte da Globo para Mari Palma, disse que se surpreendeu por conseguir ter passado tanto tempo na emissora.
"Para quem não sabe, eu saí da Globo. Na verdade, eu fui saída essa semana”, contou ela no Instagram em novembro. Camila disse que a demissão já era esperada "por conta do histórico que tivemos nos últimos dois anos", sem dar mais detalhes.
"Como disse a Izabella Camargo essa semana, temos ciclos na vida, e passei oito anos lá. Está bom demais, quando entrei na Globo achei que ia durar só uns três [anos], porque eu não gosto muito de escritório", falou.
reprodução/tv globo
Izabella Camargo na última edição do Hora 1 de que participou, em 14 de agosto deste ano
Izabella Camargo
O caso mais comentado de demissão jornalística na Globo foi o de Izabella Camargo. Ela foi afastada do trabalho por ter síndrome de burnout, desgaste emocional que danifica aspectos físicos e psíquicos da pessoa. Assim que retornou, foi demitida. Izabella ficou em choque e fez um desabafo ao Notícias da TV:
"Estou sendo punida por ter ficado doente, com uma doença funcional, e os laudos provam isso. Foi um susto. Esperava qualquer coisa, menos ser demitida", falou.
divulgação/band
A jornalista Natália Leite apresentou o Superpoderosas na Band de abril a dezembro deste ano
Superpoderosas
Toda a equipe do Superpoderosas foi dispensada de uma vez no fim de outubro, quando a Band fazia negociações com a Disney e decidiu eliminar a atração matinal de sua programação --o acordo com a empresa do Mickey não se concretizou.
Idealizado por Ana Paula Padrão, o Superpoderosas era apresentado pela jornalista Natália Leite e tinha reportagens sobre assuntos como bem-estar, comportamento, entretenimento e culinária, tudo voltado para a mulher moderna. Antes de chegar ao fim, o programa já era considerado um fracasso de audiência.
reprodução/band
O apresentador Ricardo Martins brigou com seu chefe na Band de Minas Gerais e se deu mal
Ricardo Martins
Na afiliada da Band de Uberlândia, uma briga de bastidores terminou com a demissão de Ricardo Martins, então apresentador do Minas Urgente. Ele e Josuá Barroso, gerente de jornalismo da Band Triângulo, já vinham trocando farpas havia mais de um mês. O estopim foi quando o apresentador chamou o superior de intransigente, ditador e "pequeno Hitler" numa conversa de Whatsapp.
"Ele não é um cara de diálogo. O assédio dele é truculento. Eu sou apresentador, também tenho que dar a minha opinião sobre o produto. Ele é truculento, não deixa você argumentar. Chamei ele de 'pequeno Hitler' porque ele é um ditador dentro da emissora", argumentou Martins ao Notícias da TV. Ele foi demitido em setembro.
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