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NOVOS TEMPOS

Em 2021, audiência do streaming 'matou' TV paga e deixou Record e SBT a ver navios

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Mascarado de Round 6, da Netflix, usa uma roupa toda preta e está acompanhado de pessoas mascaradas com trajes vermelhos

A série sul-coreana Round 6 virou um fenômeno de audiência na Netflix: consumo de streaming em alta

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 3/1/2022 - 6h45

Se 2020 foi o período da explosão no consumo de streaming devido ao início da pandemia e do movimento "fique em casa", 2021 trouxe a consolidação das plataformas online no Brasil. Mesmo com menos TVs ligadas de um ano para o outro, os conteúdos digitais tiveram um aumento de audiência, a ponto de serem mais vistos do que Record, SBT e todos os canais de TV por assinatura.

Números obtidos pelo Notícias da TV indicam que os streamings tiveram um crescimento de 27% na chamada média-dia (das 7h à meia-noite) no PNT (Painel Nacional de Televisão), que representa o ibope das 15 maiores regiões metropolitanas do país, na comparação de janeiro a novembro de 2020 com esse mesmo período no último ano: o salto foi de 5,9 para 7,5 pontos.

Já a TV paga caiu de 6,6 para 5,3, queda de 20%. A fuga de público acontece também pela queda no número de assinantes, que têm cancelado os pacotes das operadoras para assinar os streamings que mais lhe agradam. Eventos esportivos, filmes, séries e canais de notícias estão disponíveis no streaming.

Na TV aberta, o SBT teve um tombo de 5,2 para 4,4 (menos 15%), e a Record se manteve praticamente estável, com uma alta de 5,8 para 5,9 na audiência do mercado nacional.

Nessa medição, os dados de streaming são apontados como "conteúdo de TV/vídeo sem referência" e incluem não só serviços como Netflix, Prime Video, HBO Max, Disney+ e semelhantes, como também o YouTube e videogames ou DVDs --ou seja, tudo o que está fora da programação linear da televisão. O uso em aparelhos móveis, como celulares ou tablets, não entra na conta. Só TV.

A Globo tem parte desse consumo online com plataformas como Globoplay, e é a única com índices melhores do que a soma de todo o "conteúdo de TV/vídeo sem referência". A líder registrou 14,4 pontos na média-dia de janeiro a novembro de 2021, um pouco menos do que o dobro do digital. A diferença, que era de 9,5 pontos em 2020, foi encurtada para 6,9 de média.

Netflix, YouTube e companhia despontam como uma ameaça ainda maior para a TV tradicional no chamado horário nobre, das 18h à meia-noite, faixa em que Globo e SBT perderam público no último ano.

O consumo de plataformas online subiu de 7,4 pontos de janeiro/novembro de 2020 para 9,3 de janeiro/novembro de 2021 nessa faixa. No mesmo período, a Globo caiu de 23,1 para 21,6 pontos, a TV paga teve um tombo de 9,0 para 7,5 pontos, e o SBT foi de 6,6 para 5,7. Impulsionada pelo sucesso de Gênesis, a Record foi a única das emissoras que cresceu (de 7,1 para 7,6), mas ainda assim bem menos do que o online.


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