CENÁRIO PANDÊMICO
REPRODUÇÃO/RECORD, TV GLOBO E SBT
Adriane Galisteu (à esq.), Luciano Huck (centro) e Patricia Abravanel (à dir.); audiência da TV em baixa
Com a saturação de reprises de novelas e programas e a explosão do streaming no Brasil, a audiência da TV aberta desabou durante a pandemia da Covid-19. De acordo com dados da Kantar Ibope Media obtidos com exclusividade pelo Notícias da TV, tanto Globo quanto SBT e Record perderam público entre 2019 (pré-pandemia) e 2021, mas a emissora de Silvio Santos foi a que registrou a maior fuga de telespectadores.
A reportagem comparou os dados de 1º de janeiro a 29 de novembro de 2019, 2020 e 2021 --cenários pré, durante e quase pós-pandemia, respectivamente. Todas as emissoras tiveram que colocar reprises no ar devido à recomendação das organizações de saúde de evitar aglomerações e contato físico, o que dificultou a gravação de projetos inéditos.
Em contrapartida, o streaming cresceu muito no Brasil durante o período que obrigou boa parte da população a se isolar em casa. A Netflix, que já havia perdido o "monopólio" do conteúdo on demand estrangeiro com a chegada de Prime Video e Starzplay, acompanhou a estreia de opções como Disney+ (final de 2020) e da HBO Max no último mês de junho.
Na Grande São Paulo, a Globo havia fechado 2019 com 15,6 pontos de média-dia (das 7h à 0h). No ano seguinte, no auge da crise sanitária, o índice chegou a crescer para 15,8. Entretanto, em 2021, a líder de audiência terminou com 14,4 pontos no período, o que representa uma queda de 7,7% no comparativo com 2019.
Para a Globo, o resultado não chega a ser tão preocupante, já que o Globoplay tem ajudado a reposicionar parte desse público. Com o Big Brother Brasil, a possibilidade de maratonar novelas e um catálogo de filmes e séries interessantes, o serviço de streaming da emissora bateu vários recordes de audiência, assinaturas e consumo.
Com Gênesis (2021), a Record estreou uma novela inédita antes da Globo. Ainda assim, também sofreu em termos de ibope. Há dois anos, a emissora de Edir Macedo havia registrado 6,9 pontos de média (janeiro a novembro). Em 2020, o número caiu para 6,2. Neste ano, houve um aumento de 0,1 ponto, com 6,3 --a queda, porém, foi de 8,7% em relação a 2019.
Já o SBT parou no tempo e não se reinventou durante a pandemia, com reprises de folhetins infantis e programas de auditório, além de aumentar um a faixa de novelas mexicanas.
Em 2019, a TV de Silvio Santos havia fechado com 7,1 pontos de média (janeiro-novembro). Em 2020, este número caíra para 5,9; agora, a emissora cravou 5 pontos na Grande São Paulo. Ou seja: em dois anos, o SBT perdeu 30,6% de seu público.
Se for considerada a média 24h, das 6h às 5h59, os números são bem parecidos: Globo perdeu 7,8%; Record, 9,5%; e SBT, 31,8%.
No PNT (Painel Nacional de Televisão), que mede a audiência nas 15 principais regiões metropolitanas, a Record perdeu um pouco mais de audiência. Na média 7h-0h, a queda da Globo foi de 8,9%; da emissora de Edir Macedo, 12%; e da terceira colocada, 31,3%.
Confira a tabela de audiências de Globo, Record e SBT na Grande São Paulo (média-dia das 7h à 0h):
Ano (período de 1º/1 a 29/11) | 2019 | 2020 | 2021 | Queda em % |
Globo | 15,6 | 15,8 | 14,4 | 7,7% |
Record | 6,9 | 6,2 | 6,3 | 8,7% |
SBT | 6,3 | 5,1 | 4,3 | 31,8% |
Confira a tabela de audiências de Globo, Record e SBT na Grande São Paulo (média 24 horas das 6h às 5h59):
Ano (período de 1º/1 a 29/11) | 2019 | 2020 | 2021 | Queda em % |
Globo | 12,9 | 13,0 | 11,9 | 7,8% |
Record | 5,3 | 4,8 | 4,8 | 9,5% |
SBT | 6,3 | 5,1 | 4,4 | 31,8 |
Confira a tabela de audiências de Globo, Record e SBT no PNT (média-dia das 7h à 0h):
Ano (período de 1º/1 a 29/11) | 2019 | 2020 | 2021 | Queda em % |
Globo | 15,8 | 15,4 | 14,4 | 8,9% |
Record | 6,7 | 5,8 | 5,9 | 12% |
SBT | 6,4 | 5,2 | 4,4 | 31,3% |
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