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ABRAÇO À DIVERSIDADE

De delegado gay a trans na ONU: Tudo sobre especial de orgulho LGBTQ+ da Globo

REPRODUÇÃO/FACEBOOK E TWITTER

Mario Leony está de camisa rosa e Ariadne Ribeiro com uma blusa estampada. Ambos na frente de um fundo neutro

Mario Leony e Ariadne Ribeiro vão contar suas histórias em novo especial da Globo

PIERO VERGÍLIO

pierovergilio@gmail.com

Publicado em 27/5/2021 - 6h45

Com exibição prevista para 28 de junho, depois de Império, o especial Falas de Orgulho pretende retratar toda a diversidade de gênero e sexualidade. Entre os personagens que terão suas histórias contadas no programa, estão um delegado gay e uma mulher transexual que faz parte de um programa da Organização das Nações Unidas (ONU).

Falas de Orgulho, que está em fase de gravações nos Estúdios Globo, vai abrir espaço para dilemas comuns a essas pessoas, sejam elas famosas ou anônimas, como, por exemplo, a dificuldade de autoaceitação.

Foi o que vivenciou Mario Leony, de Aracaju (SE). Criado por uma família conservadora, o hoje delegado --que integra um grupo que combate a LGBTQfobia na polícia-- não conseguia sequer pronunciar as palavras "homossexual" e "gay". Sua mãe só descobriu sua orientação sexual após ler uma carta que ele tinha escrito para o namorado.

A violência contra esse público também será abordada no quarto capítulo do Projeto Identidade. Assessora do Unaids --programa da ONU que visa a extinção da doença-- no Brasil, Ariadne Ribeiro é uma mulher trans que se submeteu à cirurgia de resignação de gênero aos 27 anos. Antes, porém, ela havia enfrentado várias barreiras: ainda criança, costumava sofrer violência psicológica do padrasto. Anos depois, foi vítima de estupro e contraiu HIV.

Se Ariadne já se submeteu a operação, este continua sendo o grande sonho de Richard Alcântara, um homem trans. Após ser agredido por um policial, ele encontrou acolhimento na família. Seus parentes do sexo masculino gravaram um vídeo no qual colocavam fitas adesivas no peito, para simbolizar uma dificuldade muito comum entre homens trans: esconder os seios. A homenagem viralizou na internet.

Revelação em entrevista

Falas do Orgulho também vai contar a história de quem "saiu do armário" tardiamente. E por acaso. A enfermeira Ângela Fontes, 69 anos, só revelou que era lésbica depois dos 50 anos.

Crente de que sua iniciativa teria baixa repercussão, ela concedeu, juntamente com a companheira, uma entrevista ao portal G1. A reportagem, claro, foi acessada por sua família, que então a acolheu. Ela ouviu de seus parentes que poderia amar quem quisesse e atualmente sonha em oficializar sua união.

A mesma compreensão não teve o auxiliar administrativo Fábio dos Santos, que faz performances como a drag queen Sasha Zimmer. Expulso de casa aos 17 anos pela avó, o jovem entrou em depressão quando ela morreu, parou de estudar e passou fome. A virada em sua vida aconteceria após o convite de um amigo travesti para morarem juntos.

Também terão suas histórias retratadas no programa a eletricista Geisa Garibaldi, que se revelou lésbica após o nascimento do filho, Kaetano. Completam a lista o barraqueiro de praia Maycon Duarte e a médica Mariana Ferreira. Ambos se declaram bissexuais e gostam de viver sua sexualidade livremente.

LGBTQ+ na ficção

Ainda no plano disponibilizado ao mercado, a Globo argumenta que a sua dramaturgia "prioriza mensagens positivas com finais felizes para sensibilizar, educar e aproximar a sociedade brasileira da causa LGBTQ+". Como exemplo prático, a emissora destaca a iniciativa da autora Gloria Perez ao abordar a transexualidade em A Força do Querer, por meio do personagem Ivan (Carol Duarte).

O documento ainda repercute uma pesquisa feita pela revista Superinteressante, segundo a qual 25% dos personagens LGBTQ+ em suas novelas tiveram final feliz nos anos 1970. Na década de 2010, esse índice subiu para 73%.

Embora, de fato, avanços aconteçam, é preciso reconhecer que, também na dramaturgia, a normalização de alguns comportamentos demora a acontecer. Entre o beijo gay censurado de América (2005), protagonizado pelos personagens Júnior e Zeca (Bruno Gagliasso e Erom Cordeiro, respectivamente) e o final feliz de Félix (Mateus Solano) e Niko (Tiago Fragoso) em Amor à Vida (2013) se passaram oito anos.

Falas de Orgulho é o quarto programa de uma série de especiais que a Globo exibe para dar visibilidade às pautas importantes da agenda social. Negros, mulheres e indígenas já foram homenageados. Se nada mudar, o próximo capítulo, previsto para outubro, falará sobre os idosos.

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