15 ANOS DE CASA
REPRODUÇÃO/RECORD
Adriana Araújo no comando do Repórter Record Investigação, o último programa dela na emissora
Na Record desde janeiro de 2006, Adriana Araújo deixou a emissora nesta sexta-feira (19), quando o seu contrato chegou ao fim. Âncora, correspondente e repórter especial, a jornalista passou a sofrer um processo de fritura interna em meados do ano passado, quando criticou a cobertura da Record em relação à pandemia, além de ter cobrado ações do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em um longo texto de despedida, que foi compartilhado com colegas de Redação e também em seu Instagram, Adriana reforçou que optou por se posicionar ao lado da ciência e da vida nesse período de crise sanitária.
"Lutei por preservar a dignidade profissional da qual não se pode abrir mão. Vou sempre me lembrar de quem caminhou junto comigo nessa jornada. Felizmente todos eles sabem quem são", escreveu a âncora.
Em junho de 2020, o Notícias da TV antecipou que, após uma crise de choro nos bastidores em abril, Adriana teve as férias antecipadas. Na ocasião, ela ainda ocupava a bancada do Jornal da Record.
Ao voltar do período de descanso, continuou travando uma guerra diária nos bastidores para uma cobertura menos chapa-branca. A orientação do dono da emissora, Edir Macedo, era para um tratamento mais suave, sem histórias dramáticas, sem críticas ao governo, um mundo bem diferente do que sempre se viu na Globo desde o início da pandemia.
Adriana deixou pública a sua insatisfação em junho. No Instagram, ela cobrou agilidade na divulgação dos dados de infectados e mortos pela Covid-19 e criticou com contundência a política do governo Bolsonaro de só revelar os números oficiais às 22h, depois dos telejornais. Sutilmente, ela fez uma crítica ao jornalismo ao qual emprestava a própria imagem.
A amigos, a âncora comentou na ocasião que estava cumprindo seu contrato com profissionalismo e que lutava diariamente por um telejornal com bom senso e equilíbrio, ou seja, que brigava apenas para fazer um bom jornalismo, e nada mais.
Ainda em junho, Adriana Araújo deixou o comando do Jornal da Record; no mês seguinte, foi anunciada como apresentadora do Repórter Record Investigação, seu último programa antes de ter o vínculo encerrado com a emissora. Agora, de acordo com o colunista Flavio Ricco, do R7, a atração de reportagens terá o comando de Roberto Cabrini.
"Fui repórter do começo ao fim desse ciclo, ao persistir na defesa da notícia, da verdade. E quero me lembrar daqui 20 ou 30 anos que, num dos momentos mais dramáticos da humanidade, me posicionei ao lado da ciência e da vida", publicou a jornalista, em sua carta de despedida.
A Record emitiu a seguinte nota oficial sobre a saída da jornalista:
"A Record TV informa que Adriana Araújo deixa a emissora. As partes, em comum acordo, decidiram não renovar o contrato atual.
Desde 2006, Adriana Araújo colaborou com o jornalismo da Record TV em diversos programas. Foi apresentadora do Jornal da Record e depois correspondente internacional em Nova York. Retornou ao Brasil e, por algum tempo, fez reportagens especiais para o JR e para o Domingo Espetacular, programa que também chegou a apresentar. No ano passado, passou a dedicar-se exclusivamente ao Repórter Record Investigação.
Uma trajetória que contribuiu para a consolidação da reconhecida qualidade do Jornalismo da Record TV. A emissora agradece a parceria e deseja sucesso à jornalista.
A partir da próxima semana, Roberto Cabrini assume a apresentação do Repórter Record Investigação. O jornalista, que estreou no Domingo Espetacular em novembro, também continuará na revista eletrônica com o quadro A Grande Reportagem".
Adriana Araújo estava na Record desde janeiro de 2006, quando saiu da Globo para ser âncora do JR ao lado do veterano Celso Freitas. Três anos depois, ela foi deslocada para ser correspondente em Nova York, nos Estados Unidos, pois a emissora havia contratado Ana Paula Padrão para assumir a função de comandar o principal telejornal da casa.
Entre 2009 e 2013, a mineira passou por diferentes áreas na emissora. Foi repórter especial, sendo enviada para cobrir fatos como o resgate dos mineiros do Chile, em 2010, e o acidente nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011.
Também esteve nos Jogos Olímpicos, Pan-Americanos, comandou entrevistas e debates eleitorais, além de fazer reportagens e apresentar o Domingo Espetacular.
Com a saída de Ana Paula Padrão da Record, Adriana retornou ao posto de âncora do JR em 26 de março de 2013. Ela se manteve como titular do telejornal ao lado de Celso Freitas. Depois de sete anos na bancada do noticioso, foi deslocada para o Repórter Record Investigação.
Recentemente, a jornalista lançou a autobiografia Sou a Mãe Dela, publicada pela Globo Livros. No livro, ela relata como o pai biológico de sua única filha, Giovanna, quis trocar de bebê na maternidade após descobrir que a menina tinha nascido com uma doença congênita.
Na televisão, o nome de Adriana Araújo chegou a ser ventilado na CNN Brasil neste ano, mas a apresentadora negou que estivesse em negociação com o canal de notícias na ocasião.
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