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QUARTO ANO

Thatcher brilha, Diana comove e The Crown retorna com sua melhor temporada

Divulgação/Netflix

Emma Corrin e Josh O'Connor vestidos de gala em cena da quarta temporada de The Crown

Diana (Emma Corrin) e Charles (Josh O'Connor) estão no olho do furacão na quarta temporada de The Crown

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 15/11/2020 - 6h45

Depois de um ano de espera, The Crown retorna à Netflix neste domingo (15) com uma quarta temporada cercada de expectativas. A boa notícia é que, com a introdução de Margaret Thatcher (Gillian Anderson) e a princesa Diana (Emma Corrin), o novo ano mostrou fôlego e se apresenta com o melhor da produção até agora. 

Mesmo novatas na série, as duas atrizes corresponderam e entregaram duas das melhores performaces do quarto ano. Enquanto Gillian brilha como a Dama de Ferro, que governou o Reino Unido com pulsos firmes e colecionou aliados e inimigos, Emma comove com sua versão da princesa de Gales, uma jovem engolida pelas tradições e falsas aparências da monarquia britânica.

Se as duas atrizes conseguem brilhar, muito disso se deve ao trabalho do criador Peter Morgan na hora de escrever os novos episódios. O líder da produção retomou, mesmo que em partes, a narrativa com continuidade que predominou nos dois primeiros anos da série e deixou de lado a estrutura de "caso da semana" da terceira temporada.

Mesmo que alguns episódios sejam com tramas independentes, fica claro o arco dramático a qual pertencem. Por conta disso, a evolução da relação entre Diana e Charles (Josh O'Connor) acaba sempre aparecendo no centro da história. Sim, Elizabeth (Olivia Colman) continua sendo a protagonista, mas não teria como contar a história da família real nos 1980 se o foco não fosse no jovem casal.

Como a quarta temporada introduz o início da relação e os primeiros anos de seu casamento, conhecemos as nuances que fizeram da união entre Diana e Charles o principal assunto dos tabloides ingleses na época. E por mais que seja palpável a frustração de cada um, é difícil não se afeiçoar mais à princesa --enquanto um ranço pelo primogênito da rainha cresce cada vez.

Se Emma rouba a cena, O'Connor não fica para trás. O ator de 30 anos carrega os principais trejeitos do herdeiro do trono e convence como o principal boy lixo da Inglaterra na época. Charles também sofreu com as tradições impostas pela monarquia, e é marcante a cena em que ele sofre por ser obrigado a se casar com quem não ama. Isso não o redime, no entanto, de seus "pecados".

Extramente egocêntrico, o príncipe não consegue lidar com o fato de que sua mulher é a queridinha do público. Por mais que Diana se esforce, sua inveja torna a relação tóxica e faz com que Lady Di também cometa erros. De longe, Elizabeth apenas observa, e é incapaz de perceber o inferno que causou ao insistir em manter as aparências e defender sua monarquia.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Gillian Anderson como Margaret Thatcher

Enquanto de um lado o destaque é Emma, do outro é Gillian Anderson que rouba a cena como a primeira mulher a ser eleita chefe do Estado no Reino Unido. Margaret era durona, imponente e orgulhosa, o que a colocou em conflito até mesmo com a rainha, que nunca havia emitido qualquer opinião política na imprensa.

Os "duelos" entre Elizabeth e a Dama de Ferro também são um dos pontos fortes da trama. Mesmo que se esforcem para manter o respeito mútuo, internamente as duas estão sempre se enfrentando. Não apenas pelas posições políticas, mas por suas personalidades e origens completamente diferentes.

A rivalidade entre as duas também fortalece a maturidade da rainha. Nos primeiros anos, a relação com Winston Churchill (John Lithgow) era quase de mentor e aprendiz, enquanto na terceira temporada, já na pele de Olivia Colman, Elizabeth colocava medo em Harold Wilson (Jason Watkins), mas evitava conflitos diretos.

Por se tratar da temporada de despedida do elenco principal, a falta de mais espaço para Philip (Tobias Menzies) e Margaret (Helena Bonham Carter) não passa despercebida. Nos poucos momentos de destaque no quarto ano, Helena prova, mais uma vez, que era a atriz certa para o papel e merecia uma narrativa que usufruisse mais de seu talento.

Para os próximos anos, a reformulação do elenco será mais uma vez total. Entram Imelda Staunton (Elizabeth), Jonathan Pryce (Philip), Elizabeth Debicki (Diana) e Leslie Manville (Margaret). Dominic West negocia para assumir o papel de Charles.

Com um retorno triunfal na quarta temporada, a Netflix tem em mãos um produto que ainda pode abocanhar diversos prêmios da indústria nos próximos anos. Caso mantenha o nível, The Crown poderá marcar de vez o seu nome na história da TV e do streaming.

Veja abaixo o trailer final do quarto ano:


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