SAN DIEGO COMIC-CON
Fotos: Divulgação/The CW
Ruby Rose (Kate Kane) e Camrus Johnson (Luke Fox) em cena do primeiro episódio de Batwoman
Dona de alguns dos heróis mais famosos do mundo, como Batman, Superman e Mulher-Maravilha, a Warner Bros. prefere guardar os pesos-pesados para o cinema e comer pelas beiradas com personagens menores na TV. Enquanto o novo Homem-Morcego não chega às telonas (agora vivido por Robert Pattinson), Gotham City é representada nas séries com a Batwoman e com o mordomo Alfred Pennyworth, ambos astros de novas atrações.
A primeira, que estreia nos Estados Unidos em 6 de outubro, não perde tempo em justificar a ausência de Bruce Wayne: há três anos, ele e seu alter ego heroico desapareceram do mapa, sem deixar nenhuma pista. Cabe à sua prima, a corajosa Kate Kane (vivida pela DJ e atriz australiana Ruby Rose, ex-Orange Is the New Black), assumir a proteção da cidade, cada vez mais tomada pela criminalidade.
O Notícias da TV assistiu ao primeiro episódio de Batwoman na noite de quarta-feira (17), durante uma exibição especial na San Diego Comic-Con, maior evento de cultura pop do mundo. E a atração tem potencial para suprir a lacuna que o fim de Arrow (que termina ainda neste ano) deixará no coração dos fãs.
Em primeiro lugar, a série abandona a controversa peruca vermelha que a heroína usou em sua primeira aparição na TV, no especial Elseworlds, que misturou Arrow, Flash e Supergirl. Kate agora aparece com um capuz fechado, uma adaptação da roupa que Bruce Wayne costumava vestir.
A atração também é empoderada: a heroína, seu par romântico e a grande vilã são todas mulheres... É girl power para todo lado!
Sim, Kate Kane é lésbica, e isso é prontamente apresentado na série: um flashback mostra a protagonista vivendo um romance proibido com Sophie Moore (Meagan Tandy) enquanto estudavam em uma academia militar. É justamente o sequestro de Sophie que faz Kate voltar para Gotham --ela havia passado os últimos 15 anos viajando por todo o mundo para treinar estilos de luta e sobrevivência.
Já a vilã é Alice (Rachel Skarsten), uma psicopata que pretende usar Kate para atingir o pai da heroína, Jacob Kane (Dougray Scott), dono de uma empresa de segurança privada que assumiu a defesa da cidade após o sumiço do herói. A motivação de Alice para querer destruir Jacob é revelada no fim do primeiro episódio, no que deveria ser uma grande surpresa para o público --mas quem acompanha os quadrinhos da Batwoman já vai saber o que esperar.
O principal papel masculino é Luke Fox (Camrus Johnson), responsável por vigiar a Batcaverna e as armas do Homem-Morcego na ausência do herói --cujo caminho acaba cruzando o de Kate Kane quando ela decide assumir a proteção de Gotham. O personagem tem função de alívio cômico, e a cumpre bem, embora suas interações no primeiro episódio sejam apenas com a protagonista.
A julgar pela estreia, Batwoman consegue se aproveitar do peso de ser uma atração às sombras do Homem-Morcego e reverter isso a seu favor. O traje e os apetrechos do Batman passam a ser usados por Kate, que tenta encontrar uma identidade própria ao mesmo tempo em que se escora na imagem lendária do primo para mostrar aos bandidos de Gotham que o tempo de impunidade acabou.
divulgação/epix
Jack Bannon interpreta Alfred Pennyworth em nova série que mostra a juventude do mordomo
Já Pennyworth, que chega à TV norte-americana no próximo dia 28, consegue se afastar da sombra de Bruce Wayne e de Batman por se passar em uma época em que o herói bilionário sequer havia nascido. A série, dos mesmos criadores de Gotham (2014-2019), mostra a juventude de Alfred Pennyworth (Jack Bannon), que anos depois se tornaria mordomo (e tutor) de Bruce.
Aqui, o foco é no início da amizade de Alfred com Thomas Wayne (Ben Aldridge), que ainda não imagina que será pai do protetor de Gotham e prefere aproveitar a vida em atividades pouco adequadas para um futuro ricaço.
A série se passa nos anos 1960, na cidade de Londres, e o visual da época impressiona. Mais do que uma reconstituição realista, a equipe de produção optou por um design cheio de estilo, que salta aos olhos.
Também chama a atenção o fato de Alfred, que nos cinemas já foi vivido por veteranos como Michael Caine, aqui aparecer como um jovem que exala sex appeal, uma espécie de James Bond sem os equipamentos de última geração. A química do futuro mordomo com a dançarina Esme (Emma Corrin), inclusive, promete ser um dos pontos altos da série e um ótimo motivo para acompanhá-la.
Por fim, merece destaque a vilã Bet Sykes (interpretada pela cantora Paloma Faith). Em um universo que conta com malvados excêntricos como Pinguim, Hera Venenosa e Senhor Frio, chama a atenção a aposta em uma antagonista com os pés no chão. O mundo exagerado de Batman, de fato, passa longe de Pennyworth...
Uma terceira série situada no universo do Homem-Morcego (sem que ele dê as caras) também deveria ter sido exibida na quarta. Porém, a estreia da animação da Arlequina (dublada por Kaley Cuoco, a Penny de Big Bang Theory) acabou não ocorrendo na sessão de prévias da Warner. No lugar do desenho, houve uma reprise do primeiro episódio de Batwoman, exibido menos de duas horas antes.
A mudança nos planos não foi justificada e pegou a equipe de Arlequina de surpresa. Um dos produtores da animação, Justin Halpern, até se pronunciou no Twitter. "Isso [o cancelamento da exibição] é novidade para mim. Desculpem. Tomara que as pessoas venham ao nosso painel no sábado [20] para ver a série."
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