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OS EXTERMINADORES DO ALÉM

Preconceituosa, série de terror cômico de Danilo Gentili não assusta nem diverte

Fotos: João Risi/Clube Filmes/SBT

Danilo Gentili e Leo Lins estão dentro da van dos Exterminadores do Além, com um pouco de sangue no rosto

Danilo Gentili (Jack) e Leo Lins (Fred) em cena do primeiro episódio de Os Exterminadores do Além

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 19/8/2021 - 15h17

Para celebrar seu aniversário de 40 anos nesta quinta (19), o SBT programou logo para a madrugada a estreia da série Os Exterminadores do Além, com Danilo Gentili, Leo Lins e Murilo Couto. A atração, porém, passa longe de ser um presente para o público que acompanhou Silvio Santos durante todo esse tempo: com a pretensão de ser um terror cômico, ela falha ao trocar os sustos por jatos de sangue e os risos por um humor preconceituoso.

A trama se passa depois do filme Os Exterminadores do Além contra a Loira do Banheiro (2018) --que também já abusava do sangue gratuito. Depois de vencerem a assombração, Jack (Gentili), Fred (Lins) e Túlio (Couto) ficaram famosos e ricos, mas rapidamente perderam tudo por incompetência. Agora, buscam um novo caso sinistro para recuperarem suas reputações. 

Logo no início do primeiro capítulo, o personagem de Gentili aparece sentado em um banheiro químico, com as calças arriadas, fazendo suas necessidades. Fred chega no terreno abandonado em que eles vivem dirigindo a van dos Exterminadores e colide contra a cabine, que tomba. Jack, então, é coberto por dejetos humanos. Nunca um programa fez tanto jus ao rótulo de "série de merda", metafórica e literalmente.

Quando se deparam com o caso da Mulher de Branco, os três amigos decidem partir para a caça, dispostos a exterminarem a fantasma que tem assassinado motoristas de caminhão. A atmosfera noturna --ela sempre aparece à meia-noite-- é propícia para criar jump scares (os momentos de sustos típicos de filmes de terror), mas o roteiro assinado por Gentili e a direção de Fabrício Bittar optam por uma saída mais fácil e grotesca: sangue.

Couto, Gentili e Lins cobertos de sangue

Qualquer acontecimento com os personagens é uma desculpa para litros e mais litros de gosma vermelha serem esguichados na tela, nos personagens, nos objetos de cena. A impressão é de que a equipe comprou sangue cenográfico a mais por atacado e decidiu não desperdiçar nada.

As tentativas de piada também acompanham o que já é esperado de Gentili. Em uma época em que comediantes de prestígio escolhem um humor que não ofenda --e é possível fazer isso--, os personagens de Os Exterminadores do Além soltam impropérios contra homossexuais, prostitutas, pessoas acima do peso e mulheres em geral. E isso apenas no primeiro dos dez episódios. Terror de verdade é imaginar quantos grupos eles ainda ofenderão nos outros nove.

Gravada em 2019, a série deveria ter sido exibida no Warner Channel, em uma primeira janela, e só depois chegar ao SBT. Mas o canal pago optou por engavetar a série durante dois anos, a ponto de a emissora de Silvio Santos exibi-la como um produto inédito. Depois de assistir ao primeiro capítulo, dá para entender a motivação dos executivos da Turner...


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