J.J. Abrams
Divulgação/Disney
O diretor J.J. Abrams, de óculos escuros, dirige o ator Mark Hamill no filme Star Wars: O Despertar da Força
REDAÇÃO
Publicado em 13/9/2019 - 12h33
Quem, em sã consciência, recusaria um contrato de meio bilhão de dólares para trabalhar em uma empresa como a Apple? Pois essa pessoa existe e se chama J.J. Abrams, diretor de filmes da franquia Star Wars e da série Lost (2004-2010), que ele também criou. O produtor preferiu assinar pela metade desse valor com a WarnerMedia. Por quê?
O site The Hollywood Reporter abriu a caixa-preta da negociação de Abrams com ambos os interessados em seu "passe". Resumidamente, caso aceitasse um acordo com a gigante da tecnologia, ele teria em contrato muito rígido, e não poderia licenciar suas atrações com terceiros, uma exclusividade inflexível.
Já com a Warner, Abrams tem a possibilidade de emplacar suas séries tanto na HBO quanto no novo streaming da empresa, o HBO Max, além de ter suas séries e seus filmes vendidos para outras vitrines. É o caso de envolvimento dele com a própria Apple, com três séries da Bad Robot, sua produtora, no streaming Apple TV+. Todas feitas em coprodução com os estúdios de televisão da Warner.
E Abrams poderá honrar compromissos acertados anteriormente com os estúdios da Paramount, assim como a direção de filmes da franquia Star Wars, para a Disney.
Por mais que tenha aceitado algo na casa de "apenas" US$ 250 milhões (R$ 1 bilhão), por cinco anos de contrato com a Warner, o produtor pode aumentar seus ganhos caso emplaque uma franquia de sucesso, seja no cinema ou na TV. Com a Apple, ele não teria o alcance da Warner e da HBO, por exemplo. Isso porque a empresa é iniciante no mercado de streaming de filmes e séries.
De acordo com a reportagem, a prioridade de Abrams em assinar com qualquer plataforma --e ele foi cortejado por todos os players importantes de Hollywood-- era ter a liberdade de comercializar seus produtos para outras vitrines. Eis aí a possibilidade de entrar mais dinheiro no bolso, via licenciamentos.
Outra revelação feita pela Hollywood Reporter acende um alerta sobre a gestão da Apple nessa investida do mercado de produções de audiovisual. A dupla Zack Van Amburg e Jamie Erlicht, chefe de conteúdo do streaming Apple TV+, acumula contratempos, com série cancelada antes da estreia e desentendimentos com showrunners, devido à intervenção no andamento das séries que estão no forno.
Van Amburg e Erlicht estavam dispostos a oferecer até US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões) diretos para Abrams, mas o produtor ficou desapontado com o upfront (apresentação de séries e filmes para o mercado publicitário e imprensa) realizado em março. Foi mais um empurrãozinho para afastá-lo da Apple.
Soma-se a tudo isso uma coisa chamada lealdade. A Bad Robot faz parceira com a Warner desde 2006, concebendo séries importantes como Fringe (2008-2013), Person of Interest (2011-2016).
Além da grandiosa Westworld, da HBO, que pela primeira temporada conseguiu 22 indicações ao Emmy, de 2017, uma a menos do que a badalada e pirotécnica Game of Thrones (2011-2019) tinha recebido no ano anterior.
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