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Love, Victor supera rótulo de 'série gay' e discute raça, classe e abandono familiar

Fotos: Divulgação/Star+

Michael Cimino e George Sear se encaram em cena de Love, Victor

Michael Cimino e George Sear em cena da primeira temporada de Love, Victor: agora no Star+

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 31/8/2021 - 6h30

Com mais de um ano de atraso, Love, Victor finalmente chega no Brasil nesta terça (31) como uma das novidades do streaming Star+. Rejeitada pelo Disney+ por ter uma "temática adulta demais", a atração situada no mesmo universo do filme Com Amor, Simon (2018) consegue ir muito além do rótulo de "série gay" e propõe discussões interessantes sobre questões raciais, classes sociais, família e, claro, sexualidade também.

A série começa com a mudança da família Salazar do Texas para Atlanta. A nova cidade desencadeia problemas para todos: o pai, Armando (James Martinez), lida com uma crise no casamento com Isabel (Ana Ortiz); ela, por sua vez, enfrenta a pressão de começar uma vida nova e manter os preceitos de sua fé; a filha, Pilar (Isabella Ferreira), está irritada porque teve de deixar seu namorado para trás; e o caçula, Adrian (Mateo Fernandez), só quer que seus parentes fiquem unidos.

Em meio a tudo isso, o primogênito Victor (Michael Cimino) vive o drama de tentar entender quem ele é, enquanto busca fazer novos amigos e se encaixar no colégio --com tudo aquilo que uma escola norte-americana tem direito, do duelo entre nerds e populares aos bailes de formatura. E, claro, há também a questão de que ele não sabe por que está tão interessado em Benji (George Sear), seu colega assumidamente gay.

No núcleo adolescente, há ainda Mia (Rachel Hilson), a amiga inteligente e rica que se sente atraída por Victor; Felix (Anthony Turpel), vizinho esquisito dos Salazar que se torna o melhor amigo do protagonista --um pouco contra a vontade do mesmo--; Lake (Bebe Wood), companheira de Mia que é obcecada por redes sociais; e Andrew (Mason Gooding), o atleta popular do colégio que decide pegar no pé do novo aluno.

Em entrevista ao Notícias da TV, Isabella e Rachel valorizam o fato de a série dar palco para classes que geralmente não têm tanto espaço em produções televisivas --não só a comunidade LGBTQIA+, mas também os latinos, comumente reduzidos a estereótipos em Hollywood. E negam que tenham sentido a pressão de levar esses holofotes a terrenos pouco desbravados.

"Por eu ser da comunidade latina, sei que há pressão em qualquer produção que é lançada. Mas estou orgulhosa de finalmente poder contar uma história que eu não via na TV enquanto crescia. Fico feliz que uma série assim finalmente esteja aí, para que pessoas como eu possam não se sentir mais sozinhas se estiverem passando por uma situação parecida", ressalta Isabella.

Isabella Ferreira e Rachel Hilson em Love, Victor

A atração também subverte alguns clichês do gênero drama adolescente. Mia, por exemplo, é a jovem negra e rica que pode ter tudo o que deseja --mas sofre por ter pais ausentes e, muitas vezes, precisa cuidar de si mesma.

"É importante contar não só histórias LGBTQIA+, mas aquelas que também se cruzam com elementos raciais, então estou empolgada por fazer parte dessas novas narrativas", conta sua intérprete. "Eu sou um pouco mais velha do que Mia [Rachel tem 25 anos], então voltar para essa mentalidade de colegial foi um desafio. Mas eu queria contar essa história do jeito certo e fazer justiça ao que nossos roteiristas criaram."

Conectada com os tempos atuais, Love, Victor se destaca por usar as redes sociais como parte de sua narrativa --não como em Gossip Girl, em que os celulares viram armas de espionagem, mas como uma ferramenta de apoio. Assim como ocorria em Com Amor, Simon, Victor usa um grupo de discussão online para se abrir a respeito de sentimentos que não consegue assumir na vida real. E, como tudo que envolve internet, também há haters e fofocas.

As atrizes contam à reportagem que, longe das câmeras, preferem ver a rede como uma maneira de se conectarem com outras pessoas, e não de espalharem o ódio. "Quando é usada para você entrar em contato com os fãs, ela é ótima. Do jeito que Simon e Victor a usam. Mas também pode virar algo sombrio às vezes", adverte Rachel.

"Você sempre vai ter a sua cota de haters. Mas acho que o principal, pelo menos falando por mim, o retorno que tivemos com essa série tem sido muito positivo. Recebemos muito amor, então eu sou muito grata por isso", completa Isabella.

A primeira temporada de Love, Victor será disponibilizada pelo Star+ nesta terça-feira (31). A segunda, já encerrada nos EUA, deve chegar ao Brasil ainda neste ano. A série foi renovada para um terceiro ano. Confira o trailer:


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