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Relação conturbada

Chefão da Marvel revela bastidores sobre o fim das séries de heróis na Netflix

Divulgação/Netflix

A atriz Krysten Ritter em cena dos bastidores da série Jessica Jones, que foi cancelada pela Netflix - Divulgação/Netflix

A atriz Krysten Ritter em cena dos bastidores da série Jessica Jones, que foi cancelada pela Netflix

REDAÇÃO

Publicado em 12/8/2019 - 18h33

Declarações de Jeph Loeb, chefe da produtora Marvel Television, evidenciam que o fim do relacionamento com a Netflix foi tenso, para dizer o mínimo. Em entrevista para o site Deadline, o executivo abriu o jogo e revelou que foi "pego de surpresa" pelos cancelamentos em cascata das cinco séries de heróis da empresa disponíveis na plataforma.

"A situação com a Netflix foi uma das mais difíceis [de lidar]", contou um sincero Loeb no bate-papo, publicado nesta terça-feira (12). "Não tem como dizer outra coisa a não ser que fomos pegos de surpresa [com os cancelamentos]. As séries que estavam programadas para irem ao ar estavam inacabadas."

Sem freio, Loeb continuou atacando diretamente a Netflix pela decisão abrupta de acabar com as séries de heróis, deixando a Marvel desprevenida: "Não estávamos prontos para anunciar nada disso", relembrou. Ele usou uma expressão americana que em uma tradução brasileiríssima seria: "Trocamos o pneu com o carro andando."

A Marvel começou sua relação com a Netflix em 2015, com o lançamento da primeira temporada de Demolidor (2015-2018). O fim chegou em junho deste ano, com a despedida de Jessica Jones (2015-2019). Neste intervalo de tempo, chegaram na plataforma tramas sobre Luke Cage (2016-2018), Punho de Ferro (2017-2018) e O Justiceiro (2017-2019), além da minissérie Os Defensores (2017).

Como toda relação, a parceria Marvel e Netflix começou a todo vapor, pegando fogo. Eram dias de pura glória com a apresentação de heróis violentos e sombrios (como Demolidor) e uma mulher forte, com apetite sexual e durona (como Jessica Jones).

Fãs e mídia enalteceram essa visão diferente de heróis, com histórias feitas para adultos, projetando até uma possível indicação de Demolidor ao Emmy de melhor drama --seria a primeira série de herói a conquistar esse feito.

Aquele ímpeto do início, que atingiu picos altos de satisfação, foi reduzido a nada do dia para a noite. Tudo porque a dona da Marvel, a Disney, criou um streaming para chamar de seu e rivalizar com a Netflix. Logo, a gigante não viu com bons olhos ter em seu catálogo personagens da Disney, uma propaganda para a concorrente.

Mídia e público ficaram perplexos com os cancelamentos, mesmo que as séries tenham perdido audiência a cada temporada, em parte pela demora da Netflix em lançar novos episódios. Como os fatos são recentes, ainda fica em aberto como a relação Marvel e Netflix ficará marcada na história.

"Para nós [Marvel], o importante é que tivemos a oportunidade de mudar a televisão ao narrar histórias de quatro heróis [Demolidor, Jessica Jones, Punho de Ferro e Luke Cage] e juntá-los em um grupo [Os Defensores]", falou Loeb.

Futuro da Marvel na TV

Assim como no cinema, a Marvel passa por um momento de transformação na TV. Sua série ícone, Agents of Shield, vai acabar no ano que vem, se juntando a Legion (série do universo X-Men), que vai terminar na noite desta segunda (12).

No ar e com forças para seguir em frente estão Runaways (Fugitivos) e Cloak And Dagger (Manto & Adaga), ambas atrações do Sony Channel.

As séries que estarão no streaming Disney+ serão assinadas pelo estúdio de cinema da Marvel: O Falcão e o Soldado Invernal, WandaVision, Loki, What If...?, Gavião Arqueiro e Feiticeira Escarlate.

As futuras atrações da Marvel Television serão sobre o Motoqueiro Fantasma e outra estrelada por Daimon Hellstrom. Especula-se o lançamento de uma série de heroína para ser exibida na rede ABC, substituindo Agents of Shield. Para o Deadline, Loeb não confirmou nem negou a informação.

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