HÁ 15 ANOS
Reprodução/The WB
Kaley Cuoco em cena do último ano de Charmed; fãs odiaram a atriz, que detestou fazer série de drama
Antes de fazer sucesso mundial como a Penny de The Big Bang Theory (2007-2019) e se tornar a atriz mais bem paga da TV, faturando US$ 24 milhões (R$ 127 milhões) por ano, Kaley Cuoco teve uma experiência nada agradável em Charmed (1998-2006), que chegava ao fim há exatos 15 anos. A artista deu vida a uma bruxa que entrou para tapar buraco no elenco e foi odiada pelos fãs da série.
Exibida pela nanica The WB (que deu origem à CW), Charmed foi um sucesso em sua estreia, vista por 7,7 milhões de espectadores --um índice que hoje seria cobiçado até pelas maiores redes norte-americanas, como CBS e NBC. A atração contava a história de três irmãs (vividas por Shannen Doherty, Holly Marie Combs e Alyssa Milano) que descobriam que faziam parte de uma linhagem de bruxas e ganhavam poderes mágicos.
Ao longo de sete temporadas, a produção passou por mudanças do elenco (Shannen deixou a série ao fim do terceiro ano e foi substituída por Rose McGowan) e viu sua audiência despencar --a sétima leva de episódios foi assistida por apenas 3,5 milhões de espectadores, em média. Assim, os produtores decidiram fazer algumas alterações para o oitavo ano.
Kaley, que tinha acabado de finalizar a elogiada comédia 8 Simple Rules... (2002-2005), foi convidada para se juntar ao elenco sem sequer fazer um teste. Executivos da WB acreditaram que ela seria um chamariz para um público mais jovem e que, depois de uma temporada, sua personagem poderia ganhar uma série derivada só dela, para continuar o legado de Charmed.
Mas os engravatados não contavam com a rejeição completa dos fãs. Os problemas começaram na construção da personagem de Kaley: a jovem Billie ainda estava aprendendo a ser bruxa e virava uma espécie de aprendiz das irmãs protagonistas. Só que a loirinha era mimada, desastrada e estava mais preocupada em reencontrar a irmã Christy (Marnette Peterson), uma bruxa do mal, do que em aprender a controlar seus poderes e fazer o bem.
A entrada da atriz também teve drama nos bastidores: como a série já estava no ar há sete anos, os contratos com os atores foram ficando cada vez mais caros. Para cortar custos, o veterano Brian Krause (que vivia o anjo Leo) teve seu acordo reduzido para só alguns episódios, e Dorian Gregory (o detetive Darryl Morris) foi totalmente cortado. Os fãs não tiveram dúvidas: Kaley (e sua Billie) estava roubando o espaço de personagens queridos.
Para a jovem estrela, as coisas também eram complicadas. Ela admitiu que nunca tinha assistido a um episódio sequer de Charmed antes de se juntar ao elenco e se mostrou desconfortável com algumas roupas decotadas e justas --uma das marcas da série-- que era forçada a usar.
Acostumada ao ritmo de uma sitcom gravada diante da plateia, Kaley também estranhou a experiência de fazer uma série de drama, cheia de efeitos especiais. Ela reclamou que chegava a gravar 18 horas por dia, muitas vezes sem fazer ideia do que estava acontecendo na cena. A crítica também detonou a atuação da moça, fofa demais para o arco sombrio da personagem.
No fim das contas, a rejeição foi tamanha que a série derivada com Kaley nunca saiu do papel. Charmed chegou ao fim na mesma temporada, como apenas a 132ª série mais vista da TV aberta americana naquele ano. E a atriz ficou livre para, no ano seguinte, conseguir o papel de Penny na comédia que mudaria sua vida de uma vez por todas.
Atualmente, Kaley Cuoco estrela The Flight Attendant, série que lhe rendeu sua primeira indicação ao Globo de Ouro --e que chega ao Brasil no mês que vem, no novo streaming HBO Max. E Charmed ganhou uma nova versão, com mais representatividade e questões sociais, disponível por aqui no Globoplay.
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