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LUTO POR LUKE PERRY

De Velho Chico a Riverdale: Como a televisão lida com a morte de atores?

Fotos: Divulgação/TV Globo/The CW/Fox

Domingos Montagner em Velho Chico, Luke Perry em Riverdale e Cory Monteith em Glee: luto na TV - Fotos: Divulgação/TV Globo/The CW/Fox

Domingos Montagner em Velho Chico, Luke Perry em Riverdale e Cory Monteith em Glee: luto na TV

REDAÇÃO

Publicado em 7/3/2019 - 5h27

Além de pegar os fãs de surpresa, a morte do ator Luke Perry na última segunda (4) criou um problemão para os produtores de Riverdale. Afinal, o galã de 52 anos interpretava o pai do protagonista, Archie Andrews (KJ Apa), e tinha um papel de destaque no drama adolescente. As gravações da série foram canceladas por tempo indeterminado enquanto os roteiristas decidem o que farão com o personagem de Perry, o patriarca Fred.

Luke Perry não é o primeiro ator a morrer durante a gravação de um projeto televisivo. Nos Estados Unidos, a série Glee (2009-2015) precisou mudar todo o seu planejamento após a morte de Cory Monteith (1982-2013), que teve uma overdose entre a quarta e a quinta temporadas.

No Brasil, a novela Velho Chico também ficou marcada por duas mortes. Primeiro, a do ator Umberto Magnani (1941-2016), intérprete do padre Romão. Meses depois, o protagonista Domingos Montagner (1962-2016) também morreu, afogado no rio São Francisco durante o intervalo de uma gravação da reta final da trama.

Outro caso dramático ocorreu em De Corpo e Alma (1992). A atriz Daniella Perez (1970-1992) foi assassinada por seu companheiro de cenas, Guilherme de Pádua, e pela companheira dele, Paula Thomaz. Autora da novela e mãe da vítima, Gloria Perez chegou a se afastar da trama para se recompor, mas voltou ao batente pronta para criticar a morosidade da Justiça brasileira.

Confira sete casos de como a TV lidou com a morte de seus atores:

divulgação/fox

Cory Monteith morreu de overdose durante a pré-produção da quinta temporada de Glee

Glee (2009-2015)
Com uma mistura de drama, comédia e números musicais, a série Glee tinha tudo para ser um marco na história da TV mundial. Chegou a ganhar dois Globos de Ouro de melhor comédia e um Emmy de atriz coadjuvante para Jane Lynch. A atração, porém, ficou marcada pela morte de seu protagonista, Cory Monteith, que teve uma overdose em julho de 2013, enquanto a produção preparava o início do quinto ano.

Sem poder contar com seu personagem masculino principal, o produtor Ryan Murphy mudou todo o planejamento da temporada: depois de dois episódios iniciais com músicas dos Beatles, o terceiro capítulo daquele ano foi uma homenagem ao ator e ao seu personagem, Finn Hudson. Seus amigos e parentes se reuniram para sua despedida. O número musical que encerra o episódio, cantado por Lea Michele (namorada do ator também na vida real), arrancou lágrimas do elenco e do público.

divulgação/tv globo

Domingos Montagner morreu na reta final de Velho Chico, mas seu personagem seguiu vivo

Velho Chico (2016)
A novela Velho Chico ficou marcada pela trágica morte de Domingos Montagner, que se afogou no rio São Francisco a duas semanas de seu fim. Ele e sua colega, Camila Pitanga, aproveitaram um intervalo nas gravações para dar um mergulho, e o ator foi levado pela correnteza e ficou preso a pedras no local. Nas últimas cenas de seu personagem na novela, a câmera fez as vezes de Santo, com os personagens olhando diretamente para a lente, em uma visão subjetiva.

Antes disso, a novela já havia sofrido outra perda: Umberto Magnani se afastou das gravações após sofrer um AVE (acidente vascular encefálico). Ele passou por uma cirurgia, mas morreu dois dias depois. Para o lugar de seu padre Romão, surgiu um novo religioso, Benício, interpretado por Carlos Vereza.

divulgação/abc

O veterano John Ritter com Kaley Cuoco em cena da comédia 8 Simple Rules: luto no humor

8 Simple Rules (2002-2005)
A comédia 8 Simple Rules ganhou o público norte-americano durante sua primeira temporada. Mas, durante a gravação do quarto episódio do segundo ano, o protagonista John Ritter (1948-2003) morreu por consequência de um problema arterial. A produção foi interrompida durante dois meses, e voltou ao ar com um capítulo duplo em que o resto da família precisava lidar com a morte do patriarca.

Para substituí-lo, os atores James Garner e David Spade entraram no elenco como o pai e o sobrinho de Cate (Katey Sagal), que se mudaram para a casa da família para ajudar a viúva na criação dos três filhos. Na terceira temporada, a série despencou na audiência e acabou cancelada --mas serviu para revelar a atriz Kaley Cuoco.

divulgação/cbs

Melissa Rauch e Simon Helberg em cena do episódio de Big Bang Theory sobre morte de mãe

The Big Bang Theory
Kaley Cuoco, aliás, precisou lidar com outra morte durante o sucesso The Big Bang Theory: em novembro de 2014, Carol Ann Susi (1952-2014), responsável pela voz estridente da mãe de Howard (Simon Helberg), morreu de câncer. Mesmo sem nunca ter dado as caras, ela era considerada uma personagem importante da atração.

Três meses depois, a comédia nerd exibiu um episódio especial em homenagem à atriz e à personagem, que morreu durante uma viagem à Flórida. O capítulo termina com todos os amigos fazendo um brinde para a matriarca. Johnny Galecki (Leonard) disse que esse é seu episódio favorito de toda a série.

divulgação/tnt

Rosto clássico da TV, Larry Hagman morreu durante a segunda temporada do revival de Dallas

Dallas (1978-1991, 2012-2014)
Um dos novelões mais populares da TV norte-americana, Dallas mostrava a guerra entre duas famílias: os Ewing e os Barnes, que disputavam reservas de petróleo. À frente de tudo estava o maquiavélico J.R. Ewing, interpretado por Larry Hagman (1931-2012), que fazia de tudo para impedir que seus parentes perdessem a fortuna.

Mais de duas décadas após o fim, a série retornou ao ar, com Hagman no papel do patriarca vilão. Só que o ator morreu durante as gravações do segundo ano, em novembro de 2012. Os produtores não pensaram duas vezes: fizeram J.R. ser assassinado e criaram um mistério de quem teria puxado o gatilho.

divulgação/arquivo pessoal

Daniella Perez abraça Marilu Bueno nos bastidores da novela De Corpo e Alma: tragédia

De Corpo e Alma (1992)
A estreia de Gloria Perez como autora titular de novelas ficou marcada pela trágica morte de sua filha, a atriz Daniella Perez, que levou 18 tesouradas do colega de elenco Guilherme de Pádua e da mulher dele, Paula Thomaz, na noite de 28 de dezembro de 1992.

Após o assassinato da filha, Gloria Perez se afastou temporariamente da novela e foi substituída por Gilberto Braga e Leonor Bassères (1926-2004), que assumiram os capítulos dos sete dias posteriores ao crime e se encarregaram de dar um desfecho para Yasmin, a personagem de Daniella: a bailarina viajou para o exterior para fazer um curso de dança. Já Bira, papel de Pádua, deixou de ser citado e simplesmente desapareceu da trama.

Depois de uma semana, Gloria retomou seus trabalhos e tocou a novela até o fim. Motivada pelo o que ocorreu com a filha, incluiu na trama dois temas novos: a morosidade da Justiça e a inadequação do Código Penal.

reprodução/tbs

O pássaro Garibaldo observa retrato de Mr. Hooper, comerciante da versão americana da Vila

Vila Sésamo
Até o programa infantil Sesame Street, versão norte-americana da Vila Sésamo, teve de lidar com a morte de um de seus atores. Will Lee (1908-1982), que interpretava o comerciante Mr. Hooper desde a estreia da série, em 1969, morreu de infarto. Os roteiristas da atração cogitaram fazer o personagem viajar e ser substituído por outro varejista, mas decidiram usar a morte para explicá-la ao público infantil.

No episódio Adeus, Mr. Hooper, o pássaro Garibaldo fez desenhos de seus vários amigos na vila, e os entregou para cada um deles. Quando o retrato de Hooper sobrou, o amarelão disse que ia esperar a volta de seu colega para presenteá-lo. Então, os outros humanos do bairro informam que o comerciante não vai voltar.

Escrito com o auxílio de psiquiatras infantis, o capítulo foi premiado com um Emmy e o conceituado prêmio Peabody, entregue para séries que deixaram sua marca na TV. A morte do senhor Hooper também abriu portas para que a Vila Sésamo tratasse de outros temas espinhosos, como divórcio, a destruição de um furacão e até o HIV.

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