Anitta é muito Black Mirror: Como seria série se fosse escrita pela cantora?

A treta entre Anitta e o perfil brasileiro da Netflix nas redes sociais, por si só, já é o suficiente para inspirar um episódio de Black Mirror. Depois de falar que os novos episódios foram "de ladeira abaixo", a cantora levou uma resposta irônica do serviço de streaming --entretanto, ela não perdeu a oportunidade de se oferecer como roteirista de uma próxima temporada.

Brincadeiras à parte, a cantora já criou uma boa bagagem sobre realidade distópicas nos últimos anos apenas pelo fato de ser brasileira. A própria já ajudou a criar manchetes que fizeram os leitores questionarem se estavam diante de um site realmente jornalístico ou satírico --a exemplo do insólito bate-boca entre ela e a família Bolsonaro após um debate político.

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Apesar de figurar no elenco da próxima temporada de Elite, Anitta talvez se desse melhor mesmo é na produção de Charlie Brooker. Não seria difícil imaginá-la no lugar de Miley Cyrus no episódio Jack, Rachel e Ashley Too (2019), já que a personagem fictícia também queria se livrar de um contrato desvantajoso com sua gravadora.

Os programas insólitos de televisão que mantêm em pé a sociedade de Quinze Milhões de Méritos (2011) também não são tão distópicos perto da programação brasileira. A própria funkeira passou por alguns apertos para divulgar suas músicas, seja fritando pastel no Caldeirão ou levando tombo no Esquenta (2011-2017).

Em vez de um chip atrás da orelha para rebobinar as próprias lembranças em Toda a Sua História (2011), a artista tem o Twitter para lembrá-la --até de momentos que qualquer um gostaria de esquecer-- por meio de vídeos e GIFs.

Anitters, uni-vos!

Anitta igualmente conta com uma base de fãs apaixonados o suficiente para convocar um boicote à Netflix após a troca de farpas. Essa relação já teve seus altos, que a levaram a ser a primeira artista brasileira a atingir o topo do Spotify mundial. Mas teve alguns baixos também: ela se pronunciou nas redes condenando ataques racistas a Ludmilla após questões sobre a autoria de Onda Diferente. A funkeira chamou de "covardes que se dizem meus fãs" aqueles que atacaram a colega de profissão --como as abelhas "canceladoras" que assassinavam pessoas em Odiados pela Nação (2016).

Os anitters também são responsáveis por tornar até um dos mascotes da diva em webcelebridade. Trata-se do cachorro Plínio, que morde Deus e o mundo nos memes, mais ou menos como os cães de caça de Metalhead (2017).