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Divulgação/HBO
Peter Dinklage em cena do último episódio de Game of Thrones; único ator da série que venceu o Emmy
JOÃO DA PAZ
Publicado em 20/5/2019 - 0h43
Atualizado em 20/5/2019 - 4h50
[Atenção: este texto contém spoilers]
Marcada por gafes e tropeços no roteiro, a última temporada de Game of Thrones terminou o domingo (19) com ao menos um ponto positivo: Peter Dinklage. Do alto do seu 1,35m, o anão colecionador de Emmys pode reservar um espaço em sua prateleira de troféus, porque mais uma estatueta do Oscar da TV vem por aí.
Como não poderia deixar de ser, o capítulo final de Game of Thrones foi cheio de soluções duvidosas. E novamente Dinklage se sobressaiu. O intérprete do sábio Tyrion Lannister mais uma vez deu show, repetindo as boas atuações no segundo e no quarto episódios da temporada. Vencedor do Emmy de ator coadjuvante nas edições de 2011, 2015 e 2018, ele busca a quarta estatueta da carreira.
Em um capítulo de quase uma hora e meia de duração, Tyrion fez de tudo. Desde se emocionar ao se deparar com os corpos dos irmãos Jaime (Nikolaj Coster-Waldau) e Cersei (Lena Headey) a encarar Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) e rejeitar ser seu conselheiro após ela queimar King's Landing e matar milhares de pessoas.
O duende, como as pessoas pejorativamente o chamam na trama, ainda confrontou Jon Snow (Kit Harington), dizendo para ele ser homem o bastante para brecar a loucura de Dany, sua tia e ex-amante (o que ele fez, apunhalando a loira no coração).
Tyrion foi humilde ao aceitar ser prisioneiro e, mesmo acorrentado, deu os melhores conselhos aos reis de Westeros, que estavam em uma reunião para discutir quem deveria governar o continente depois da morte de Cersei e Daenerys. Isso sem o Trono de Ferro, queimado pelo dragão Drogon, doido da silva ao notar que sua mãe (Dany) foi morta por Jon Snow.
Veio de Tyrion a ideia de colocar Bran Stark (Isaac Hempstead-Wright) como o comandante dos Sete Reinos, por ele ter o que muitos não têm: história. Sua sugestão foi aceita por todos, menos pela irmã mais velha de Bran, Sansa (Sophie Turner), que bateu o pé e decidiu deixar Winterfell independente dos Sete Reinos.
E depois de tudo isso, Tyrion foi escolhido por Bran para ser o Mão do Rei, posto de grande importância, o braço-direito do manda-chuva de Westeros. Ele quis recusar o convite, porém aceitou após a insistência do Stark.
Então, sentado na cadeira do Mão do Rei em King's Landing, Tyrion fechou o ciclo de sua trajetória na trama de Westeros, não sem antes soltar piadinhas e brincar com a situação, como de praxe. Único ator de Game of Thrones vencedor de Emmy, Peter Dinklage é barbada para levar mais um, pode apostar.
No final das contas, Tyrion dominou o capítulo final de Game of Thrones, justificando a força que o personagem teve ao longo de toda a série. Talvez Sansa, coroada a Rainha do Norte, teve um desfecho digno de aplausos, igual ao do seu ex-marido.
Daenerys lutou tanto para sentar no Trono de Ferro que acabou morrendo pertinho dele, apunhalada por Jon Snow enquanto o beijava. Arya Stark (Maisie Williams) terminou sozinha, como a atriz mesmo tinha revelado.
Esse ponto final de Arya foi um pouco anticlímax. Afinal, ela virou heroína após matar o Rei da Noite (Vladimir Furdik), então o maior inimigo dos moradores de Westeros, mas não ficou frente a frente nem com Cersei nem com Daenerys. Acabou como uma desbravadora, rumo ao Oeste de Westeros em busca de novas terras.
E Jon Snow andou em círculos. Recapitulando: o ex-bastardo Stark foi para a Patrulha da Noite, venceu a morte, reinou em Winterfell, firmou aliança com Daenerys, descobriu ser herdeiro do Trono de Ferro, matou Daenerys, tudo isso para... voltar à Patrulha da Noite. Essa foi a jornada do herói de Game of Thrones.
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