Discussões nos bastidores esquentam reality até fora das forjas: 'Sai faísca'

Em Desafio Sob Fogo Brasil e América Latina, reality show do canal History, ferreiros testam suas habilidades em uma competição que envolve a criação de instrumentos de corte e altas temperaturas. Por outro lado, a tensão ultrapassa o campo das forjas e também atinge o momento de deliberação entre os jurados. "Chega a sair faísca", revela Ricardo Vilar, brasileiro que compõe a bancada de juízes do programa.

Em entrevista ao Notícias da TV, Vilar afirma que, apesar da boa relação compartilhada entre a equipe, algumas discussões sobre aspectos de determinados desafios esquentam o clima nos bastidores. "Não são mil maravilhas como todo mundo pensa, chega a sair faísca", revela o brasileiro.

No programa, os juízes são responsáveis por escolher um vencedor para cada desafio. Em consenso, eles devem encontrar a lâmina mais afiada e resistente. Ao fim da temporada, o prêmio de US$ 10 mil (R$ 54 mil) e o título de melhor forjador da América Latina é entregue. No entanto, os diferentes pontos de vista de cada juiz esticam o processo de decisão.

DIEGO LOZANO

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Cuteleiro profissional há 30 anos, Vilar diz que costuma bater de frente com Doug Marcaida, um dos jurados do reality. "Eu e Doug brigamos o tempo todo. Ele é juiz há dez anos. Se você fizer uma comparação, eu tenho 20 anos a mais que ele, mas ele vê facas diferentes de diferentes cuteleiros todos os dias. A opinião dele também é bastante importante", conta.

Sua relação com Mariano Gugliotta, outro jurado do programa, também passa por momentos de discordância durante as deliberações. "Ele vem tentar me provar o contrário, tentar me convencer. E aí o pau começa até chegarmos em um consenso ou não, às vezes você é vencido. Isso é bastante comum", adiciona.

Lidar com a fama

Ricardo Vilar entrou para a bancada de jurados em 2020, na terceira temporada do programa. Após sua passagem pela versão estadunidense do reality, em que venceu um episódio. O brasileiro foi convidado pelo History a integrar a equipe do Desafio Sob Fogo Brasil e América Latina por causa de seu desempenho na competição.

Apesar de estar há dois anos na mídia, Vilar ainda não se acostumou com a visibilidade proporcionada pelo reality. "Esse ainda não é o meu mundo. O mundo de maquiagem e gravar não é o meu. Meu mundo é o de estar com faísca, estar todo dia cortado, todo dia com alguma coisa na mão e tudo mais", ressalta.

"Eu não sou um ator. Eu estou ali para mostrar para as pessoas o que tecnicamente é possível de ser feito e falar um pouco da história dos seres humanos usando as facas. Estou aprendendo a lidar com essa situação de maquiagem e de roupas, mas definitivamente não é a minha praia", continua.

Instrutor de cutelaria na Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos, o brasileiro costuma ser reconhecido por estudantes e moradores da região. 

Acontece isso de vez em quando, é bastante curioso. É algo que eu lido bem. Acho que tem que ter um carinho bastante grande por aquela pessoa que te reconhece, que te vê como uma referência, que acha divertido no programa, né? Mas não é algo que eu busque, não é algo da minha pessoa.

Nova temporada

A quinta temporada de Desafio Sob Fogo Brasil e América Latina estreia quinta (14), às 23h05, no History. Empolgado com a edição, Vilar diz que os futuros episódios trazem dinâmicas inovadoras para o reality. "A ideia é sempre fazer uma temporada melhor, entregar um produto muito melhor para os telespectadores".

Diferentemente das primeiras temporadas, o programa incluirá uma série de celebridades e especialistas que participarão como jurados convidados e influenciarão os desafios de cada episódio.

Assista ao trailer da quinta temporada, que conta com três concorrentes brasileiros: