ENTENDA O QUE É
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Juma (Alanis Guillen) não queria ter filho em Pantanal, mas mudou de ideia após pressão
Juma (Alanis Guillen) passou boa parte de Pantanal gritando aos quatro ventos que não queria engravidar --já que filhos só trariam sofrimento segundo os conselhos de Maria Marruá (Juliana Paes). José Leôncio (Marcos Palmeira) implorou para que a jovem gerasse um herdeiro de Jove (Jesuita Barbosa), e até o Velho do Rio (Osmar Prado) pediu um neto para a menina-onça. A insistência para que a protagonista virasse mãe gerou debate sobre maternidade compulsória.
"O termo é usado atualmente para questionar se toda mulher em fase fértil deve conceber um filho. Maternidade compulsória é muito usado dentro da ideologia feminista. Talvez isso influencie, sim, algumas mulheres e homens", explica a psicóloga Luciana Lima.
"A pressão para a maternidade existe por razões biológicas e evolutivas. Embora tente-se defender que o relógio não exista, o corpo da mulher e o do homem também têm um período de fertilidade. É uma fase que não dura a vida toda", completa a profissional. "São questões que envolvem a visão de mundo e de existência que cada um tem. Nossa espécie depende de darmos continuidade a ela. Em termos culturais, sociais e individuais nem sempre existem condições e sentido em atender a essas expectativas."
Luciana ressalta como a maternidade pode impactar a saúde mental da mulher de maneira positiva e negativa: "Os prejuízos causados podem estar relacionados às condições favoráveis para viver esse momento e as consequências que traz para a vida da mulher".
É muito importante que a decisão de ter um filho seja consciente, ou seja, que considere as mudanças que essa responsabilidade traz aos genitores. A maternidade pode trazer muitos benefícios à saúde mental materna, e vejo que hoje tem se dado pouca ênfase a essa realidade. A maternidade é uma oportunidade de desenvolver diversas habilidades e realizações.
"Acredito que estar consciente de suas escolhas, assumindo as consequências tanto de assumir ou evitar a maternidade traz uma certa proteção, permanecer disposto a aprender com as novas situações é fundamental para a saúde mental", alerta a profissional.
No folhetim adaptado por Bruno Luperi, Juma acabou aceitando gerar um filho de Jove depois de uma conversa em que o Velho do Rio afirmou estar no destino dela ser a responsável pela mistura de sangue entre os Leôncio e os Marruá. Ela, então, perdeu a virgindade com o namorado e deixou claro que só se deitou com ele para engravidar.
Nesta semana, o homem-sucuri vai avisar a mocinha de que ela espera um herdeiro. "Uma mulher que não queria antes ter filhos pode também mudar de ideia sem estar cedendo. Não quer dizer necessariamente que ela está pressionada", defende Luciana Lima.
"Precisamos tomar cuidado para não generalizar as escolhas pessoais. Tem mulheres que, mesmo não tendo 'desejado' maternar, aceitam a nova realidade com muita saúde e disponibilidade. A frustração faz parte do processo de maternar. Lidar com a frustração exige aprendizado. Há pessoas que são mais flexíveis para aprender em momentos de crise, outras são mais rígidas e terão dificuldade. São fatores relacionados à individualidade de cada mulher. E a pluralidade de realidades é extremamente diversa", arremata a psicóloga.
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