Velho Chico: Martim revela a Afrânio que voltou para se vingar

Afrânio dirá que Martim veio ao mundo para destruir tudo que é dele, quando ele só queria lhe passar seus valores. O fotógrafo o chamará de cínico. "O senhor não tem a mínima consciência do que fala! O senhor acha mesmo que seus valores são o melhor pra mim? O senhor acha que esses valores são o melhor para alguém? O senhor é meu pai por obra do acaso. Seus valores prejudicaram a mim, sua filha, sua esposa e todos nessa família", retrucará o fotógrafo. 

Afrânio criticará a vida que o filho leva, dirá que ele é um vagabundo. "Eu lutei muito pra me tornar o que sou, mas valeu. Quando me olho no espelho é meu rosto que vejo, não o retrato de um Saruê", dirá o jovem, ferindo o pai. "Vou lhe fazê a pergunta de novo? Por que você voltou para essa casa?", indagará o coronel.

"Cheguei até a pensar que fosse para conhecer meu pai, mas cada dia que passo aqui penso que foi para vingar sua morte, e matar o coronel Saruê", esbravejará o irmão de Tereza. Eles trocarão olhares de ódio. Depois, Martim perguntará se a conversa pode ser encerrada.

"Não chegamos nem na metade, mais acho que num adianta muito ir além. A gente nasceu pra não se entendê. Tudo que fiz pra você não vale nada! Ser rico, respeitado, admirado, nada disso tem valor", argumentará o coronel. "Riqueza feita em cima da miséria dos outros, o respeito garantido no tiro e a admiração vinda de quem gostaria de estar no seu lugar. É muito pouco para um homem tão ambicioso, coronel! Se o senhor fosse mesmo ambicioso veria que fortuna é ter por perto pessoas que o respeitem e não as que o temam", vai disparar o fotógrafo.

Sem acordo, o confronto entre os dois terminará com Afrânio declarando que nunca matou ninguém, que não é um assassino como o filho o acusa. "Se não matou, mandou matar. Se não mandou, foi conivente. E o senhor vai descobrir, coronel, que a omissão também é um pecado! Às vezes o maior de todos", rebaterá Martim.