Silvero Pereira entra em Pantanal para chocar peões machões: 'Gay assumido'

Intérprete de Zaquieu, Silvero Pereira entrega que o personagem vai causar espanto nos peões machões de Pantanal. O mordomo chegará ao Mato Grosso do Sul disposto a trabalhar como boiadeiro na fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira), mas acabará virando chacota entre os interioranos. "Ele é gay assumido e tem trejeitos afeminados", explica o ator.

Zaquieu aparecerá na novela das nove da Globo no próximo sábado (30). Ele será funcionário de Mariana (Selma Egrei) na mansão dos Novaes e ajudará Madeleine (Karine Teles) com as publicações nas redes sociais. Depois, irá para a região pantaneira em busca do sonho de ser peão.

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"Se a chegada do Jove [Jesuita Barbosa] já deixou os peões surpreendidos por ele ser diferente, a do Zaquieu vai deixar muito mais. Ele é gay assumido e tem trejeitos afeminados. Por isso, sofrerá bullying dos outros peões. É uma trama que tem uma pegada de humor, mas também é muito educativa. O Zaquieu sente orgulho de ser quem é e vai deixar isso muito claro. Haverá uma discussão importante sobre homofobia e orgulho LGBTQIA+", adianta o artista em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

Militante, Pereira ainda conta que foi consultado pela equipe do folhetim sobre o jeito do personagem: "Creio que a minha escalação para esse papel tem muito a ver com o meu posicionamento fora da tela. Eu sou uma pessoa assumidamente gay e já há muitos anos brigo para que sejamos mais respeitados. O mais interessante é que esse é um texto de 30 anos atrás que está sendo atualizado e mostra que houve avanços, apesar de tudo".

O ator afirma ter acompanhado a primeira versão da história escrita por Benedito Ruy Barbosa, na qual Zaquieu foi interpretado por João Alberto Pinheiro (1960-1992).

"Eu me identificava com o jeito dele, mas também tinha medo. Eu morava numa cidade no interior do Ceará e, naquela época, sofria muito preconceito pela minha maneira de me comportar. Agora, eu volto à minha cidade e sou bem tratado. Hoje, existe mais respeito e tolerância, apesar de ainda precisarmos avançar bastante. E a própria nova versão do Zaquieu vai mostrar isso. Eu espero encorajar as pessoas com esse trabalho."

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