Medo da Morte? Público se esconde de atriz de Quanto Mais Vida, Melhor

A Maia ficou surpresa ao gravar um trabalho depois da estreia de Quanto Mais Vida, Melhor! e ser reconhecida por seu papel. A atriz caminhava pelas ruas do Brás, bairro do centro de São Paulo, quando percebeu que os fãs se "escondiam" conforme ela passava. O motivo: a artista interpreta a Morte na novela das sete da Globo. 

Até as pessoas que não eram brincalhonas o suficiente para entrarem em esconderijos gritavam pela Morte. A atriz gosta desse reconhecimento. "É um sonho poder viver uma personagem tão importante e tão necessária para a história. A repercussão nas redes é enorme também", contou, em entrevista para a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

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Nos próximos capítulos do folhetim, a personagem abalará a vida de Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Flávia (Valentina Herszage) e Guilherme (Mateus Solano). A Morte fará com que eles troquem de corpos, inaugurando uma nova fase na novela de Mauro Wilson.

Mulher trans, a artista ajudou os colegas homens a darem vida às personagens femininas sem cair no caricato e no trans fake. O termo diz respeito a quando uma pessoa cis --que se identifica com o gênero que lhe foi designado ao nascer-- interpreta alguém trans --que não se identifica com o "gênero de nascença"-- , normalmente caindo em estereótipos.

"Cheguei a conversar com todos eles. Vladimir Brichta e Mateus Solano, principalmente, fizeram questão de me incluir no processo, como mulher camaleoa que sou, que passou por várias transições. Disse para eles não caírem no lugar do caricato e do trans fake. O que a gente pensa como essência do feminino e masculino foi construído socialmente", explicou a artista.

A gente sabe que a dramaturgia teve sua parcela de culpa em reforçar estereótipos e, de certa forma, incentivar a onda de preconceito e marginalização que existe ao redor da transição. Cabe muito a nós, enquanto atores, desmistificar isso e não reforçar lugares-comuns. Foi uma experiência muito rica poder ser ouvida por atores tão renomados. Estou sempre na espera de mais espaço para falar sobre minhas ideias e preparadíssima. Foi uma troca muito boa.

História de força

Além de referência para outras pessoas trans, a atriz quer inspirar a população periférica. "Hoje, tenho a vida que sonhei. Vivo bem, gosto de luxo e tenho uma vida cara. Mas quem vê close não vê o corre. Sempre tento falar a verdade: estudar e correr atrás me trouxeram até aqui. Sempre tento frisar isso: de onde a gente vem, a gente tem que estudar para ser o melhor naquilo que queremos", destacou.

"Para a gente [pessoas trans] é muito mais difícil, não vou romantizar. O importante é focar em si mesmo, no que você quer fazer. Minha transição foi um tiro no escuro. Nasci essa mulher e, quando eu decidi fazer mesmo a transição, foi tudo muito rápido. Fui para a Tailândia e, de repente, estava operada. Sempre fui tímida e sofria muito bullying, mas costumo dizer que ali eu renasci", disse a artista, que recentemente reclamou da falta de espaço na Globo.

De volta a Portugal depois do fim das gravações de Quanto Mais Vida, Melhor, a artista investe em testes para produções de plataformas de streaming, como a Netflix. Nas próximas semanas, ela lançará sua primeira música e videoclipe em parceira com outro cantor.

Quanto Mais Vida, Melhor! estreou no lugar da reprise de Pega Pega (2017). O folhetim está previsto para ficar no ar até maio. Na sequência, entrará Cara e Coragem, da autora Claudia Souto, que abordará o universo dos dublês e será protagonizada por Paolla Oliveira, Marcelo Serrado e Taís Araujo.

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