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ESTREIA NESTA SEGUNDA

Éramos Seis de 2019 foge da choradeira, diminui machismo e terá final diferente

Raquel Cunha/TV Globo

A atriz Gloria Pires posa caracterizada como Lola, personagem que interpreta na novela Éramos Seis

A atriz Gloria Pires interpreta Lola em Éramos Seis, da Globo; matriarca perderá o marido e um filho

MÁRCIA PEREIRA e DANIEL FARAD, no Rio de Janeiro

Publicado em 30/9/2019 - 5h10

Uma versão de Éramos Seis estreia na Globo nesta segunda (30) com mudanças para deixar a história atual e leve. Personagens foram criados para a trama ter humor, e o drama da família protagonista com suas perdas fugirá da choradeira. A superação será o fio condutor de Lola (Gloria Pires). Para completar, a dona de casa não será tão submissa como era nas quatro adaptações anteriores do livro homônimo para a TV.

"Não dava para fazer como estava no livro, porque a gente terminaria no chão. É de uma crueza. Tem o mesmo pano de fundo, a família, a dívida da casa, mas buscamos levar as pessoas a acreditarem nos seus propósitos. A pegada agora é falar de esperança e sonhos", explica a protagonista Gloria Pires.

Com isso, outras possibilidades se abrem para o final da história, que será diferente. Autora do remake, Angela Chaves trabalha em cima da versão escrita por Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho (1945-2019) para o SBT há 25 anos. Serão, ao todo, 156 capítulos da saga que se passa entre os anos 1920 e 1940 em São Paulo.

Por 24 capítulos, o público acompanhará os personagens em uma fase mais leve, cheia de sonhos, na qual os filhos de Lola e de outras famílias ainda são crianças ou adolescentes. Depois, haverá uma passagem de tempo de dez anos.

Novos atores entrarão no lugar das crianças, como Nicolas Prattes, Danilo Mesquita e Giullia Buscacio. A parte histórica também surgirá em ebulição, pois serão os dias que antecederão a Revolução Constitucionalista de 1932. 

reprodução/tv globo

André Luiz Frambach, Danilo Mesquita, Giullia Buscacio e Nicolas Prattes farão filhos de Lola

"Foi um livro que me marcou, porque é a história do Brasil narrada pelo ponto de vista de uma mulher [Maria José Dupré]. O público que tem a trama na memória vai reconhecer a história, mas tem muitas outras coisas diferentes", explica a novelista.

Angela assegura que os conflitos dramáticos da família são atuais, porque tudo o que eles querem é ficar juntos e felizes. "Eles vivem obstáculos para isso, como pagar as contas, o financiamento da casa, o que é muito real e que faz parte da vida de muita gente [hoje em dia]", diz a autora.

Menos submissa

Outra mudança está no comportamento da protagonista, que era mais submissa ao marido, como todo mulher da época. A nova Lola vai reagir ao tratamento que recebe de Júlio (Antonio Calloni). Ela demonstrará sua força.

"A Lola do livro era muito melancólica, e a nossa tem uma grande diferença porque o dia a dia dela é calcado em como manter a família unida, em ser feliz", fala Angela.

Apesar das alterações nesta quinta adaptação do livro de Maria José Dupré, o público já pode preparar o coração para chorar ao lado de Lola. Antes de um possível final feliz, a protagonista sofrerá com as perdas de Júlio e do filho mais velho, Carlos (Danilo Mesquita), que serão mantidas por Angela.

Calloni, por exemplo, deixará a história após 48 capítulos, já que seu personagem sucumbirá a uma forte úlcera, agravada pela preocupação em sustentar a casa e o vício em álcool. "É a maneira que ele encontrou de desafogar o peso de criar quatro filhos, uma válvula de escape que não vale a pena", aponta o intérprete de Júlio.

reprodução/tv globo

Julia Stockler fará Justina, a filha de Emília (Susana Vieira) que tem um distúrbio psicológico

A produção ainda marca o retorno de Susana Vieira às novelas desde que se afastou da TV para tratar um câncer em 2017. A atriz promete causar como a preconceituosa Emília, tia de Lola, que será capaz de prender a própria filha, Justina (Julia Stockler), em casa para que a sociedade não saiba que a menina sofre com distúrbios psicológicos.

"Ela é amargurada porque largou tudo na vida dela para cuidar dessa menina, mesmo com outra filha linda, a Adelaide [Joana de Verona], que foi estudar na Suíça porque a Emília não admitia a convivência entre as irmãs", adianta a veterana.

A atriz, como todo o elenco, acredita que mesmo em meio a correria do dia a dia, o público de casa vai parar em frente à TV para assistir mais uma vez à saga de Lola e sua família. "Se já foi feito em outras emissoras com grandes atrizes, é coisa boa. Não pode ser ruim. Para mim, é uma grande alegria recontar essa história", aposta.


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