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ENTREVISTA EXCLUSIVA

Entre erros e acertos, Claudia Souto não mudaria uma vírgula de Pega Pega

MAURÍCIO FIDALGO/TV GLOBO

A autora Claudia Solto leva a mão direito ao queixo em que apoia a cabeça enquanto olha diretamente para a câmera

A autora Claudia Souto, de Pega Pega; ela prepara uma novela inédita para a faixa das sete

DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 19/7/2021 - 6h35

Claudia Souto não esconde a surpresa com a volta de Pega Pega, que ganha uma "edição especial" a partir desta segunda (19). A autora não imaginava rever a novela apenas três anos e meio depois do último capítulo, ainda mais envolvida com os trabalhos iniciais de seu segundo trabalho como titular para a faixa das sete --Cara & Coragem, prevista para 2022.

A roteirista só imaginava circular novamente pelos corredores do Carioca Palace, hotel que serve como pano de fundo para a narrativa, em uma eventual reprise no Vale a Pena Ver de Novo. A memória fresca, no entanto, não a impede de fazer um balanço sobre a trama --em que vê mais qualidades do que defeitos.

Ela, inclusive, é enfática ao frisar que não trocaria sequer uma vírgula do folhetim que, de certo modo, também pegou o público desprevenido em 2017. Leve, e sem grandes pretensões, a história levantou o horário a um patamar que a Globo não alcançava desde Cheias de Charme (2012).

"A novela alcançou uma audiência que não era vista em cinco anos. Não mudaria nada, novelas são como fotografias de uma época. Não cabem retoques", explica Cláudia.

A escritora admite que a novela passou longe de ser uma unanimidade para a crítica, que torceu o nariz para a falta de química entre os protagonistas Luiza (Camila Queiroz) e Eric (Mateus Solano), mas acredita que fez um bom trabalho --e que não passará por sobressaltos em sua segunda exibição.

"Eu vou me divertir e me emocionar. E agora vou poder curtir sem a pressão de estar escrevendo a história ao mesmo tempo", aponta a carioca, em entrevista exclusiva ao Notícias da TV. Confira:

PAULO BELOTE/TV GLOBO

Os ladrões do Carioca Palace em Pega Pega

Notícias da TV - Você tinha a expectativa de que Pega Pega poderia ser reprisada em algum momento da pandemia?
Claudia Souto - Fui realmente surpreendida. Esperava entrar no ar com Cara & Coragem antes de rever o Carioca Palace e seus personagens. Mas estou feliz com a oportunidade, é como reencontrar velhos e grandes amigos.

O público já está um pouco cansado das reprises, mas você acredita que Pega Pega pode surpreender de novo na audiência?
A minha expectativa é a mesma da primeira exibição, que a novela faça o público se divertir, relaxar e também refletir sobre alguns temas relevantes. O principal trunfo da edição especial é trazer de volta essas questões e ver o que será debatido agora sobre ética, diversidade de gênero, racismo, ansiedade --como no caso da Bebeth (Valentina Herszage).

Esses assuntos foram abordados de forma leve para o horário, mas [ainda] são fortes. O país mudou nesses últimos anos e acho que a novela é ainda mais importante agora.

Os críticos foram justos ao pegar no seu pé por causa dos protagonistas Eric e Luiza?
Eu não li todas as críticas, mas aceitei quando vinha de alguém via a novela. O Notícias da TV, por exemplo, sempre falou com conhecimento de causa, tanto nos elogios quanto nas críticas, o que foi muito bacana. Eu agradeço. A abordagem saudável de uma obra que está sendo escrita no ar é muito legal e gera interação quando é feita com verdade.

Agora, alguns claramente falavam sem assistir à novela, isso ficava evidente na abordagem. Aí eu nem perdia o meu tempo.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A drag queen Rúbia (Gabriel Sanchez)

Por outro lado, você foi elogiada por abordar a diversidade com o núcleo das drag queens…
Eu já tinha o Douglas (Guilherme Weber), que era ao mesmo tempo o seríssimo gerente do Carioca Palace e o sócio de uma boate LGBTQIA+, a Strass. Eu trabalhei na história [justamente] do gay que esconde a sua condição para impor respeito aos funcionários e que, depois, descobre que teve um filho. Ia render uma boa discussão.

Mas a entrada do Gabriel Sanches para ser a sócia dele na boate, a drag Rúbia, me trouxe a possibilidade de expandir e aprofundar ainda mais o universo LGBTQIA+ Tanto Douglas quanto Rúbia trazem histórias sensíveis e emocionadas de aceitação e luta.

Os ladrões foram um show à parte, mas não eclipsaram o casal principal?
Ter Mateus Solano e Camila Queiroz defendendo Eric e Luiza foi lindo, até hoje recebo mensagens dos fãs de Eriza. Uma vez, em um restaurante, uma fã da novela veio agradecer por eles, em especial, por ver um casal cujo desafio era superar todos os problemas juntos. Ela ainda me apontou o marido dizendo: "É assim na vida real". Fiquei muito emocionada.

Em algum momento, teve dúvida se o telespectador compraria a briga dos assaltantes do Carioca Palace?
Havia dúvida, sim, se o público ia comprar a trama do roubo, mesmo trabalhando a identificação deles com espectador desde o início: os motivos que levam cada um deles a cometer o roubo; o medo de ser pego por não serem profissionais e sim terem dado sorte no dia do crime. Só que, no fim das contas, os ladrões também roubaram toda a novela (risos).

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Luiza e Eric: críticas pela falta de química

Por que você acha que o folhetim caiu no gosto popular e a firmou como uma das novas caras do horário?
Escrever uma novela envolve um bocado de técnicas e de conhecimento sobre TV e dramaturgia, mas se você não colocar sua alma, seu coração, não se comunica. É na emoção que a gente se conecta, e eu escrevi tomada por ela: fosse pela própria história, fosse pela realização de um sonho antigo que era o de escrever o meu primeiro folhetim.

E Pega Pega teve o melhor elenco possível, todos brilharam. E a direção do Luiz Henrique Rios foi fundamental para que a história contada fosse ao ar com graça, elegância e inteligência cênica. Ele é um mestre. A novela é fruto do encontro de todos nós que a fizemos.

Você está na Globo desde os anos 2000, mas o que possibilitou que você fizesse a sua estreia como titular?
Minha principal influência não vem de um autor, mas sim de um diretor: o Roberto Talma (1949-2015). Com ele, aprendi muito sobre televisão. E isso me gabaritou para estar com os autores com quem tive a honra de trabalhar depois.

Quando escrevo, sempre me pergunto: "o que o Talma diria disso?". Meu maior incentivador. Meu amigo. Meu ídolo. Talma teria amado Pega Pega e, com certeza, estaria vibrando com Cara & Coragem. Ele diria: "vai ser um sucesso, Cacau".


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