ENTRE ERROS E ACERTOS
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Angel (Camila Queiroz) vai presa em Verdades Secretas 2: não é crime falar sobre sexo com o parceiro
Não há dúvidas de que, com o perdão do trocadilho, 2021 entrará para os anais da História. Com um empurrãozinho do streaming, o público nunca falou tanto e tão abertamente sobre uma prática sexual até então vista com desconfiança e cercada de tabus. Afinal, o sexo anal caiu mesmo na boca do povo --e muito antes de o primeiro beijo de Verdades Secretas 2 atiçar a curiosidade.
Beijo grego, diga-se de passagem. O importante, no entanto, é que a troca de carícias entre Mateus (Bruno Montaleone) e Giotto (Johnny Massaro) não suscitou apenas piadas nas redes sociais. Uma parte dos telespectadores também queria falar à vera sobre o tema --e, até então, só não sabia como puxar o assunto.
Em entrevista ao Notícias da TV, a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello reforça que o brasileiro realmente está mais disposto a conversar sobre sexo, e não só entre as quatro paredes:
As pessoas têm falado muito mais sobre sexo e estão mais abertas a novas práticas. Elas estão em busca de acessórios que podem esquentar a relação, mas também de informação. Porque, se a gente procura saber como dormir ou comer melhor, é legal fazer o mesmo sobre a sexo, porque ele faz parte da vida como qualquer outra atividade do ser humano.
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Mateus e Giotto no folhetim do Globoplay
A própria Carla já contribuiu para naturalizar a discussão à frente do Aprendendo Sobre Sexo (2006), no SBT, em que alguns de seus vídeos com explicações práticas chegaram a viralizar pela internet. Ela ressalta que, 15 anos depois, o assunto ainda dá pano para manga:
O sexo anal causa polêmica, principalmente entre casais heterossexuais, porque a mulher fica em uma condição muito submissa ou até mesmo promíscua. Ao mesmo tempo, é uma prática que foge do convencional. Muitas pessoas sentem prazer, sim, mas não admitem porque é algo visto como perverso ou não natural.
Ela destaca que tramas como Verdades Secretas podem até trazer volume para a conversa, mas é preciso focar em um "sexo oral" de maior qualidade. Não adianta trazer práticas não-convencionais à tona se for para tratá-las com descuido --a exemplo das críticas ao sadomasoquismo de Percy (Gabriel Braga Nunes).
"As novelas e séries ainda vinculam o sexo anal a um lado muito promíscuo, quando tem que ser uma prática ou um prazer a mais para o casal. Se não, a gente continua perpetuando a ideia de que ele não deve ser feito", pontua a profissional de saúde.
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O ex-BBB Wagner Santiago se dedica ao Onlyfans
A saga de Angel (Camila Queiroz), que deve ganhar uma continuação apenas em 2023, não foi a única a falar sobre sexo anal neste ano. A série The White Lotus, da HBO, igualmente causou com um beijo grego entre dois homens.
"Entre homossexuais masculinos, a gente sabe que essa é uma prática comum, mas também não é vista com bons olhos. Só que aí é muito por conta do preconceito", avalia Carla.
Além do Globoplay e do HBO Max, o Onlyfans ainda contribuiu para a discussão --até com certo lugar de fala. Wagner Santiago, do Big Brother Brasil 18, viu o seu faturamento na rede adulta dobrar depois do vazamento de um vídeo em que recebe o anilingus da parceira.
O artista plástico, porém, teve a sexualidade questionada por admitir que gosta da prática. "A gente vê essa resistência, principalmente por parte dos homens, porque o cara que assume gostar de uma estimulação na região anal é tido como alguém que tem tendências homossexuais. É pura ignorância", observa Carla.
"Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É uma região cheia de nervos e que vasodilata, tornando-se muito mais sensível. Além disso, é uma prática que foge do convencional e realmente traz uma excitação para o homem", arremata a sexóloga.
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