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DIVULGAÇÃO/MARATHON MEDIA GROUP
Alex, Sam e Clover em Três Espiãs Demais; desenho é exibido pelo SBT após passagem pela Globo
Programas destinados ao público infantil, como a TV Globinho (2000-2015) e o Bom Dia & Cia (1993-2022), saíram do ar nos últimos anos. Com menos opções, as crianças foram para o streaming e canais pagos. Porém, mesmo com esse movimento e a falta de programação, ainda é a TV aberta que ocupa o maior tempo de consumo desse público no Brasil.
Segundo dados apresentados pela Kantar Ibope Media ao mercado durante o PayTV Fórum 2022, as crianças de quatro a 11 anos ficam três horas e 41 minutos por dia na frente da TV aberta. Nas plataformas de vídeo (YouTube, Netflix, Globoplay e semelhantes), essa faixa etária dedica duas horas e 59 minutos e, na TV por assinatura, apenas uma hora e 48 minutos.
O comportamento também se repete entre os adolescentes de 12 a 17 anos: os jovens dedicam três horas e 40 minutos à TV aberta, duas horas e 28 minutos aos serviços digitais, e uma hora 34 minutos à TV por assinatura.
As pessoas de quatro a 17 anos correspondem a 24% do público brasileiro nas plataformas de vídeo. Na TV aberta, a população abaixo dos 18 anos representa menos de 10% dos telespectadores.
Nos últimos dez anos, o tempo dedicado pela TV aberta ao público infantil caiu drasticamente. Segundo um levantamento realizado pelo Notícias da TV, em abril de 2012, Cultura, SBT, Band, Globo e Record exibiram 25 horas e 30 minutos de atrações dedicadas às crianças em um dia útil semanal.
Atualmente, apenas a Cultura segue com uma faixa exclusiva para os pequenos, que ocupa 11 horas diárias da sua programação. Por outro lado, o SBT investe na produção de novelas destinadas ao público infanto-juvenil, como a inédita Poliana Moça. Aos sábados, a emissora de Silvio Santos reapresenta desenhos e séries.
Com o crescimento digital, a volta de programas como TV Globinho parece estar cada vez mais distante. Em entrevista ao Metrópoles, Amauri Soares, diretor de Programação da Globo, argumentou que o streaming consegue "atender muito melhor" esse público.
Na TV aberta, fica muito restrito. Primeiro, há muitas restrições para publicidade. Se a gente não pode fazer publicidade, não há como monetizar o conteúdo. E o serviço on demand atende muito melhor, porque para cada faixa da infância, existe um conteúdo diferente. Com o tempo, as ferramentas digitais se mostraram muito mais adequadas para entregar conteúdo infantil do que a televisão aberta.
Em 2012, a exibição diária da TV Globinho saiu do ar para dar espaço ao Encontro com Fátima Bernardes (2012-2022). "Enquanto em outras emissoras, a Record já tinha feito a opção de sair do desenho, e o SBT em permanecer, mas era desenho desde 7h da manhã. Eu falava: 'Isso não tá bom, não [na Globo]. Tem um espaço aí que dá para encaixar'", recordou a ex-âncora do Jornal Nacional em entrevista ao Roda Viva, da Cultura.
"Comecei a ouvir que a própria TV estava com uma estranheza em relação ao horário, um horário que não tinha anunciante. Aí eu sugeri um programa pra esse horário, que viesse da Ana Maria, e a gente pudesse levar para o jornal local. Eu pensei naquele horário e apresentei a ideia", complementou Fátima.
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