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TELEVISÃO NO STREAMING

Quanto custa assinar TV paga? Globo desafia operadoras com novo modelo

REPRODUÇÃO/SPORTV/GNT/MULTISHOW

Montagem de fotos com André Rizek (do SporTV), Fábio Portchat (do GNT) e Tatá Werneck (do Multishow)

André Rizek (SporTV), Fábio Portchat (GNT) e Tatá Werneck (Multishow); canais da TV paga no streaming

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 1/9/2020 - 7h15

O anúncio de um novo modelo de assinatura do Globoplay pegou o mercado de surpresa nesta semana. A partir desta terça-feira (1º), o Grupo Globo oferece um pacote em streaming de todos os canais da Globosat, maior programadora de TV paga do país, como GloboNews, GNT e SporTV. Esse movimento tende a despertar uma dúvida em diversos consumidores: ainda vale a pena comprar um pacote de televisão por assinatura?

A resposta para essa pergunta depende muito do consumo de cada espectador. Fato é que essa nova modalidade de negócio do Grupo Globo aumentará o alcance dos canais da empresa e fará alguns clientes de TV paga colocarem todos os custos na ponta do lápis.

A partir de agora, quem quiser ter acesso aos canais da Globosat (SporTV, GloboNews, Multishow, GNT, Viva, Off, Gloob, Gloobinho, BIS e Mais Globosat, Universal, Studio Universal, Syfy, Megapix e Canal Brasil) poderá pagar R$ 49,90, e ainda terá direito ao catálogo completo do Globoplay, que custa R$ 22,90 de forma avulsa. Ou seja, o pacote com os canais de TV por assinatura sai por R$ 27.

O Notícias da TV fez um levantamento com os preços de pacotes que três das principais operadoras de TV paga do Brasil oferecem aos seus assinantes. Os valores variam de R$ 42,45 até R$ 214,99.

Na Claro/Net, o pacote básico sai a partir de R$ 69,99 e, além das TVs abertas e das redes da própria operadora, tem poucas opções: Universal TV, GloboNews, BandNews, Discovery Kids, Canal Brasil, Multishow, MTV e NatGeo. No pacote intermediário, o Mix HD, são adicionados outros 54 canais (incluindo o pacote Globosat) em alta definição, e o preço fica a partir de R$ 99,90 por mês.

Algumas das opções que vêm a mais são as redes esportivas (SporTV, Fox Sports e ESPN), de filmes (TNT, Megapix e Space), infantis e canais como CNN Brasil, Fox, Warner, Discovery Home & Health e Viva. O mais caro é o Top 4K, que conta com 83 canais em HD e tem pacotes a partir de R$ 134,99.

Na Sky, os valores dos planos tradicionais variam de R$ 42,45 a R$ 199,95. O pacote econômico da Vivo TV oferece a partir de 40 canais em alta definição, com a HBO inclusa, e cobra R$ 129,89 no combo. O plano mais caro, com 89 canais em HD, sai por R$ 214,99.

Os pacotes de TV por assinatura vendidos em combos com banda larga e telefone ficam mais em conta. No entanto, vale lembrar que o uso frequente de streamings, como Globoplay e Netflix, requer um bom serviço de internet residencial, o que gera um custo de aproximadamente R$ 80 por mês. 

Streaming x TV por assinatura

Para Paulo Marinho, diretor-geral dos Canais Globo, a estratégia do Globoplay não irá prejudicar as operadoras. "A TV por assinatura tem um portfólio maior de canais, a gente se enxerga como serviços complementares", diz.

Erick Brêtas, diretor de Produtos e Serviços Digitais da Globo, defende que o novo plano do Globoplay visa seduzir os telespectadores que já saíram da TV paga (foram quase 5 milhões desde 2015) e aqueles que nunca se relacionaram com ela, que já cresceram numa cultura de streaming, que se tornou inevitável até para as operadoras de cabo. "A gente tem notícia de que vai ter oferta de streaming das operadoras", diz, citando o Peacock, da americana Comcast.

O Globoplay passará a ter três tipos de assinatura. Continua em vigor o atual pacote, com a programação da Globo e um catálogo de séries, filmes e documentários, muitos deles exclusivos, por R$ 22,90. Haverá o novo pacote Globoplay + Canais Ao Vivo, que sai por R$ 42,90 na assinatura anual, e combos com o Premiere (pay-per-view de futebol), Combate (lutas) e Telecine (cinema). Ao todo, serão 21 canais.

A oferta do pacote com Premiere, Telecine e Combate com o Globoplay não tem valores ou prazos definidos. A Globo ainda negocia com as operadoras, com as quais quer ter paridade de preços. As empresas de TV por assinatura, obviamente, resistem --em 2018, a Claro foi à Justiça contra a Fox e conseguiu temporariamente suspender a venda de canais lineares em aplicativos.


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